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Revista “Núcleos de Ensino”, da Unesp, agora na versão eletrônica

Por Elisa Marconi e Francisco Bicudo

Priscila Nogueira Lucon e Gisele Maria Schwartz são pedagogas formadas pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e, em 2003, estavam muito interessadas em descobrir se os jogos e brincadeiras – ou atividades lúdicas, como elas preferem chamar– poderiam de alguma maneira influenciar os níveis de violência (brigas, discussões) verificados no famoso recreio das escolas. A curiosidade inicial acabou se transformando em um projeto de pesquisa, proposto a um Núcleo de Ensino da Pró-Reitoria de Graduação da Unesp.

Os núcleos, presentes apenas nas cidades em que a universidade oferece cursos de licenciatura, nasceram em 1987 e financiam projetos que tenham como objetivo promover o intercâmbio entre alunos e professores da Unesp e de escolas de ensino infantil, fundamental e médio da rede oficial. Não demorou muito para que a pesquisa de Priscila e Gisele fosse aceita, e elas deram início ao trabalho de campo.

Num primeiro momento, aplicaram questionários para alunos da 5a e da 6a séries da escola estadual Carolina Augusta Seraphin, em Rio Claro, no interior de São Paulo. Depois, propuseram aos meninos, durante dois meses, atividades lúdicas, de caráter cooperativo, para serem desenvolvidas durante o intervalo. Deu certo? Aguarde mais um pouco e você conhecerá os resultados...

Revista Núcleos de Educação
Estudos como o de Priscila e Gisele são freqüentes nos Núcleos de Ensino mantidos pela Unesp e também marcavam presença constante na revista anual publicada por eles. Mas, em 2002, a revista deixou de circular, e todos os projetos realizados e concluídos desde então perderam um importante canal de discussão e de divulgação para o público. Mas a reviravolta e a boa notícia aconteceram em dezembro último. A revista Núcleos de Educação voltou a ser publicada, só que agora em versão eletrônica, em uma página da internet. A mudança foi capitaneada pelo assessor da Pró-Reitoria de Graduação da universidade e coordenador dos Núcleos, José Roberto Saglietti. “Em papel, a revista estava se tornando custosa e de difícil publicação. O resultado é que passou três anos sem sair. A versão digital parece bem promissora”, conta.

E não é exagero. A mudança no formato vai proporcionar, além da diminuição dos custos, um alcance muito maior. Segundo Saglietti, praticamente todas as escolas da rede oficial de ensino têm computador conectado à rede mundial e, portanto, podem receber a publicação. “Além disso, como a gente da área de educação gosta mesmo é de um papel, quem quiser imprimir e passar o material adiante poderá fazê-lo, atingindo ainda mais gente”.

Na edição atual, são 43 artigos, que tratam desde a importância da brinquedoteca para o ensino infantil até Reforma da Previdência como ferramenta para o ensino da matemática, passando pela educação ambiental para alunos com hiperatividade. E, se a edição de 2003 já foi lançada, a de 2004 está pronta e deve estar disponível para consulta até março deste ano.

“A de 2005 está em processo de edição e deve ir para o site até meados deste ano”, revela o coordenador. Ou seja, em pouco mais de seis meses, professores e alunos de diversas áreas do conhecimento terão acesso a um vasto acervo de experiências pedagógicas realizadas no interior de São Paulo. “Era muita informação valiosa para manter restrito à Prograd. Os artigos precisavam ser passados adiante”, Saglietti insiste.

Banco de experiências
E por que divulgar é importante? Segundo o coordenador, porque os resultados das experiências – também presentes nos artigos – costumam ser bastante positivos. Além disso, porque se trata de um banco de experiências à disposição do educador; por fim, porque os projetos quase sempre desenvolvem soluções criativas para antigos problemas – ainda que não seja esse o foco dos Núcleos –, ou atualizam e regionalizam o currículo das escolas que abrigam os projetos.

Essas três características mostram-se sempre eficientes quando a idéia é chamar a atenção de alunos e professores para determinados temas. Foi exatamente isso que aconteceu no Núcleo de Ensino de Guaratinguetá, na cidade de mesmo nome, com o projeto “Renovando as práticas de didática com auxílio do microcomputador”, que propõe que o computador torne-se um aliado dos docentes nas aulas. E, novamente, na rede pública de Marília, onde foi implantado o “História do Lugar”, projeto que buscou resgatar a memória da cidade de Marília a partir das tradições e da fotografia e, junto com isso, trouxe à tona, por exemplo, a história do café e das ferrovias da região.

O que Saglietti não podia prever é que o novo alcance, motivado pela versão virtual da revista, superaria certas barreiras. “Embora a revista tenha acabado de ser lançada e ainda seja cedo para comemorar, já estamos recebendo e-mails do Brasil todo, gente que não conhecia a iniciativa e que gostou do que viu”, comenta o coordenador, explicando que inclusive professores da rede particular se manifestaram. “Também para o professor de escola privada a revista pode ser inspiradora e também nesse segmento a regionalização e a atualização costumam trazer bons resultados”, completa, comemorando essa possibilidade de integração entre as redes pública e particular.

Como acessar
Para quem se interessou, o coordenador do Núcleos de Ensino da Unesp avisa que o acesso aos artigos é livre e gratuito e pode ser feito pelo site: http://www.unesp.br/prograd/nucleo2005. Quem quiser também pode fazer cópias, ou publicar em outros meios, tomando o cuidado de citar os autores e de fazer as devidas referências. E para quem está curioso até agora sobre os resultados da pesquisa de Priscila Nogueira Lucon e Gisele Maria Schwartz sobre o uso de brincadeiras para diminuir a violência na hora do recreio, Saglietti sugere que a pessoa vá até o site e procure no índice o nono artigo e descubra lá que a maioria dos alunos (91,57%) respondeu que a oferta de jogos e brincadeiras durante o recreio poderia sim resultar na diminuição das brigas e na promoção de maior união entre os alunos. Envolvidos com essas atividades, eles não estariam preocupados em brigar – haveria mais união e eles poderiam até se conhecer melhor.

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