Elisa Marconi e Francisco Bicudo
Publicado em 12/8/2011
Na terça-feira, dia 9 de agosto, o professor de Filosofia da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP), Vladimir Safatle, publicou o artigo “Maria Antonieta”, em sua coluna semanal no jornal Folha de S. Paulo. No texto, curto e profundo, apresentava ideias a respeito das manifestações que agitam cidades no Chile, na Inglaterra, na Grécia, em Israel e nos países do Oriente Médio. Se no início do ano falava-se em “Primavera Árabe” e as previsões davam conta de que a falta de democracia – tal qual a que conhecemos aqui no Ocidente – era uma das molas propulsoras das insatisfações daquelas populações, agora já não se pode restringir o descontentamento a uma única região do globo - e, muito menos, a uma única razão. Os chilenos de Santiago brigam por educação pública gratuita; os londrinos se queixam pela redução das verbas sociais; os israelenses começaram se queixando do preço do queijo cotage – consumido largamente nos cafés da manhã da população local – e agora acampam exigindo a redução do preço do aluguel e o retorno de investimentos em políticas públicas sociais. Isso sem falar do desencantamento com o sistema político revelado pelos indignados madrilenhos e da contrariedade do povo grego com o arrocho econômico imposto pelo governo do país.
O SINPRO-SP conversou com Safatle, que também é pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), professor-visitante das Universidades de Paris VII e Paris VIII e autor de Fetichismo – colonizar o outro (Ed. Civilização Brasileira, 2010) e O que resta da Ditadura (Ed. Boitempo, 2010), entre tantos outros. Os melhores trechos das reflexões propostas pelo filósofo você acompanha aqui.