Conferências
+ O desafio da formação humanista na sociedade tecnológica
Renato Janine Ribeiro
Nossa sociedade deu muito destaque aos meios. Ela desenvolveu os meios mais eficientes de produção, por exemplo. Mas foi perdendo os fins. Sabe-se muito como fazer, até mesmo o que fazer, mas bem menos para que fim ou por que razão. Com isso, temos as melhores conquistas tecnológicas e técnicas, mas geralmente não sabemos de sua finalidade. Este vazio de sentido acaba sendo preenchido até mesmo das piores formas, com a violência, por exemplo. Nosso ponto aqui será pensar de que modo a formação humanista pode ajudar-nos a construir, cada um de nós, seu sentido numa sociedade como a nossa.
+ Geopolítica da Grande Transição
Antonio Gelis Filho
O balanço de poder global mudou. Após um período historicamente curto de euforia pós-1989, O core do sistema-mundo capitalista, formado por EUA, Europa Ocidental, Austrália, Nova Zelândia, Canadá e Japão exibe sinais de já não ser capaz de estabelecer ou sequer de manter as regras do jogo do poder internacional. Seria tentador acreditar que se trata "apenas" de uma fase difícil ou de mais uma transição de hegemonia na história, mas a realidade parece ser ainda mais complexa. Nessa palestra, será apresentado e discutido um modelo-hipótese para compreensão do complexo momento que vivemos e de possíveis cenários para seu desenlace. Principais tópicos:
1. Visões sobre o fim da hegemonia ocidental.
2. Sintomas da grande transição: vazios geopolíticos, crise econômica permanente, conflitos disseminados e crise da ordem simbólica.
3. China e Rússia: haveria chegado a hora da Eurásia ?
4. Brasil na grande transição.
5. Cenários para os próximos dez anos.
6. Impactos sobre o indivíduo e estratégias psicológicas para lidar com as incertezas.
Mesas-rendondas
+ Estado e Sociedade Civil no Brasil e no cenário da globalização
Giovanni Alves
Pretendo defender a tese de que o Brasil nos últimos dez anos de governos neodesenvoilvimentistas preservou os fundamentos e a dinâmica social do Estado neoliberal constituído no bojo da ofensiva neoliberal na década de 1990 sob os governos Color/FHC. Não se trata de considerar os governos Lula e Dilma como sendo governos neoliberais mas sim trata-se de expor a contradição candente entre Estado neoliberal e governos neodesenvolvimentistas, entendendo-se Estado na acepção gramsciana (sociedade politica + sociedade civil). Pretendo expor a dinâmica histórica de formação da hegemonia neoliberal no plano do mercado mundial, a natureza do neodesenvolvimentismo e as características do Estado neoliberal no Brasil. Finalmente vou procurar entender a crise do segundo governo Dilma como sendo a explicitação derradeira dos limites do neodesenvolvimentismo no bojo desta candente contradição entre governo e Estado.
Luiz Eduardo Waldemarin Wanderley
A globalização envolve duas alternativas. A globalização hegemônica, dominante, alguns chamam de neoliberalismo; e a globalização contra-hegemônica.
A globalização compreende causas e efeitos nos planos econômico, político, cultural, social, e outros ângulos. A dominante é desenvolvida por agentes de empresas multinacionais, bancos, comissões internacionais, organismos de países desenvolvidos (com destaque para os Estados Unidos). O foco principal é o Mercado. A contra-hegemônica envolve setores da Sociedade Civil e mesmo alguns setores governamentais, e oscila desde propostas contra os modos de produção e os sistemas políticos em vigor, até propostas no interior do capitalismo, idéias e projetos que buscam criticá-lo, apontar aspectos negativos do mesmo, e apresentar medidas concretas para superá-lo.
O Estado-Nação engloba elementos de população, território, cultura, língua, soberania e o controle do poder. Todos eles estão sendo afetados, principalmente na elaboração e concretização de políticas públicas. Na exposição, comentarei alguns aspectos do sentido de público: universalismo, transparência, controle social, democratização, autonomia. E como eles sofrem as conseqüências da globalização. Dentre os efeitos, estão as sugestões do Estado mínimo, com ênfase na reforma política e do Estado ampliado (que articula a Sociedade Política e a Sociedade Civil).
A Sociedade Civil pretende acionar o consenso e a hegemonia (direção intelectual e moral), partindo das relações entre famílias, escolas, mídia, associações, partidos políticos, movimentos sociais, ONGs etc. Nela repercutem as lutas de classes e de todos estes atores. Dependendo dos objetivos, ela é pressionada permanentemente pelo Estado para assegurar a realização da globalização dominante. E dependendo das teorias e ações coletivas que não a aceitam, ela vêm contribuindo para a implantação da globalização contra-hegemônica. Uma experiência relevante tem sido a constituição do Fórum Social Mundial.
+ Identidades coletivas, de gênero, religiosas, étnicas e culturais no cenário internacional
Magali do Nascimento Cunha
O tema da identidade tem se destacado nas reflexões que buscam compreender as dinâmicas culturais contemporâneas. A afirmação da diversidade e da pluralidade de expressões identitárias é marca do tempo presente, denominado por alguns pós-modernidade, por outros, modernidade tardia ou hipermodernidade. Ressaltar diversidade e pluralidade é, na verdade, reconhecer a complexidade dos processos socioculturais contemporâneos nos quais interagem diferentes e fragmentadas expressões identitárias, como as de gênero, de religião, de etnia, de gerações, de capacidades físicas e mentais, de ação social. Nesta dinâmica está posta a questão da valorização da diversidade e da pluralidade, e do respeito às diferenças, num esforço de sociabilidade, de con-vivência e não de anulação. Os esforços e propostas em torno de políticas de afirmação e inclusão têm buscado responder a esta questão com base nos princípios dos direitos humanos, econômicos, sociais, culturais, ambientais e sexuais.
Milton Pelegrini
Em tempos de usos massivos de aparatos digitais de conexão e de comunicação em rede novos sentidos de pertença norteiam e contribuem decisivamente para a formação e consolidação das novas identidades coletivas e, por isso mesmo, precisam estar no foco das reflexões acerca do meio ambiente simbólico em que se manifestam. As questões sobre quais são e como são produzidos esses modelos identitários na cultura midiática tornam-se centrais quando se constata o papel preponderante dos meios de comunicação em sua difusão impulsionados, sobretudo, pelas lógicas de mercado, sempre organizados em redes com alto poder de propagação. É fundamental repensar o papel da comunicação em favor de uma educação crítica para o meios em vez de simplesmente aceitar os que os valores simbólicos de pertencimento sejam reflexos de uma cultura midiática, de uma lógica consensual imposta pelos meios de comunicação. Não se pode considerar tratar ambientes de cultura para fora do eixo da interdisciplinaridade. A identidades coletivas são estabelecidas quase sempre tomando os outros, os diferentes, como referência, daí a necessidade de assumir a comunicação é sinônimo de tolerância.
+ Sociedade e meio ambiente – o uso dos recursos naturais
Ulisses Capozzoli
De maneira inédita na história da civilização, pela extrema velocidade em que se manifesta, a tecnociência reformula, a cada instante, o substrato mental social, a maneira como observamos e interpretamos o mundo. A mídia social, com a internet e seus desdobramentos, certamente é a parte mais visível deste processo que se espalha por toda a área do conhecimento humano, impactando profundamente o sentido e o papel da escola. Adolescentes, jovens adultos, homens e mulheres de meia idade e mesmo pessoas mais idosas têm, literalmente ao alcance das mãos, informações que vão da descoberta não esperada da aceleração da expansão do Universo, a questões aparentemente mais convencionais como o fato de a água assumir três estados físicos distintos: sólido, líquido e gasoso, passando pelo fenômeno de a matéria ter massa (bóson de Higgs). Mas como a sociedade humana processa criticamente essa vastidão potencial do conhecimento? Por que a mídia social, e mesmo a mídia convencional, exibem, talvez mais que nunca, conteúdos majoritariamente superficiais e efêmeros? Qual a razão desse aparente paradoxo e como a escola e educação estão implicadas neste processo?
Luis Venturi
A água é o recurso natural mais abundante do planeta e nunca se esgotará, o que pode ser explicado por diversas razões. A primeira refere-se à incapacidade humana de romper o ciclo hidrológico pelo qual a evaporação dos oceanos, associada às dinâmicas climáticas e à precipitação assegura o constante reabastecimento de água doce nos continentes. Enquanto o Sol brilhar, a Terra girar e a lei da gravidade ‘vigorar’, estes mecanismos geossistêmicos garantirão as recargas de água nos continentes, lembrando que as águas continentais (superficiais e subterrâneas) advêm essencialmente dos oceanos via atmosfera. Como o oceano e a energia solar são inesgotáveis, as águas doces continentais assim também o são.
A segunda razão alude às quantidades existentes. A despeito dos mecanismos supracitados que garantem a continuidade das recargas sobre os continentes, apenas as quantidades de água doce existentes já são muito superiores à capacidade humana de utilizá-la. Os alarmistas afirmam que, de toda a água do planeta, apenas 2,8% é doce e, deste total, apenas 0,03% estaria disponível em rios e lagos. Além de esquecer de dizer que estas reservas são continuamente recarregadas (não são como tanques fechados que se esgotam), também omitem que estes percentuais representam impressionantes quantidades de água. Somente os aquíferos já assegurariam o abastecimento da humanidade. O maior aquífero do mundo, por exemplo, o Alter do Chão na região amazônica, poderia sozinho, com seus estimados 84 mil km3 de água, abastecer toda a humanidade por três séculos, Considerando que os aquíferos são continuamente abastecidos pela infiltração das águas superficiais e atmosféricas, este potencial se estenderia por muito mais tempo. Apenas o que precipita nos continentes (cerca de 110km3/ano) já seria suficiente para abastecer toda a humanidade. É apenas essa água, por exemplo, que tem revertido a situação de escassez no nordeste, com o Programa Cisternas do Governo Federal, em que cada cisterna armazena 16 mil litros de água assegurando o abastecimento de uma família de 5 pessoas por 8 meses. Assim, não existe estresse hídrico natural; o estresse hídrico é sempre gerencial, pois se uma população vive em uma área que não dispõe de água suficiente, a origem do problema está no erro de planejamento: promover assentamento aqui ou ali é uma determinação humana; saber ou não assegurar o abastecimento por armazenamento, transporte etc, também são determinações humanas, de modo que não há sentido em responsabilizar a natureza (estresse hídrico natural) em nenhum caso, como muito se tem feito em São Paulo que está na segunda região mais úmida do país. Aqui, os rios Tietê, Pinheiros, Aricanduva, Tamanduateí, Cotia, Embu Mirim, Embu Guaçu, além das represas Billings e todas as outras dos sistemas de abastecimento representam uma notável riqueza de recursos hídricos. Mas se não podem ser usados porque estão poluídos, isto advém da incapacidade humana de gerencia-los adequadamente, e não da falta de água em si. Erro ao poluir e erro ao não ser capaz de tratar em intensidade compatível com a demanda. Culpar a natureza pela crise hídrica de São Paulo é tão insensato quanto o fato de a região Amazônica, que dispõe das maiores reservas de água doce do mundo, apresentar os menores índices de acesso à água potável do Brasil (segundo a ANA – Agência Nacional das Águas).
A terceira razão pela qual a água nunca acabará alude ao fato de que, atualmente, produz-se água doce em escala industrial, por dessalinização dos oceanos . Segundo a IDA (International Desalination Association), mais de 300 milhões de pessoas no mundo já são abastecidas com água dos oceanos e esse número tende a aumentar na medida em que estas tecnologias tornam-se cada vez mais baratas e eficientes. Algumas dessas usinas de dessalinização já funcionam totalmente com energia inesgotável (eólica, no caso da usina de Perth, na Austrália) tornando o sistema sustentável.
A quarta razão pela qual a água nunca acabará está no fato de que a água usada para qualquer fim não se destrói, voltando sempre ao ciclo hidrológico (ainda que com qualidades diferentes). As moléculas de água podem ser destruídas em laboratório, mas não na natureza, razão pela qual a quantidade de água no planeta não muda. Por esta razão, alguns autores como Camp (2009, p.162) afirmam que toda a água que usamos é apenas “emprestada” da natureza, já que sempre voltará ao ciclo hidrológico.
Finalmente, mesmo que a água fosse um recurso limitado, ainda assim, anunciar seu fim seria uma afirmação muito malthusiana, pois se estaria desconsiderando a capacidade humana de planejar e racionalizar seu uso.
Assim, ao contrário do que anunciam os arautos do fim do mundo (o que certamente lhes resulta em algumas vantagens relativas a financiamentos de pesquisa e impacto na mídia), a água nunca acabará, a não ser por falta de planejamento adequado. O mesmo planejamento que, por eficiência, pode garantir água até para regiões de escassez (como ocorre no Nordeste com a transposição do rio São Francisco e o citado Programa Cisternas) pode, por ineficiência, deixar populações sem água onde ela existe em abundância, como na Amazônia e em São Paulo. Atualmente o aquecimento global tem sido ‘responsabilizado’ pelas alterações no regime de chuvas e usado como coringa para justificar a ineficiência dos gestores, tanto no que se refere ao desabastecimento como a inundações.Em São Paulo, se falta água é porque “choveu pouco”; se inunda é porque “choveu muito” (mesmo que estas duas situações ocorram simultaneamente!). É incrível como os gestores de uma das maiores e mais pujantes metrópoles do mundo a deixam à mercê da natureza, como as sociedades primitivas. Oras, deixemos São Pedro, o menino Jesus (El Niño) e as entidades celestes e da natureza em paz e voltemos nossas atenções para a reais causas da crise hídrica.
Bibliografia de apoio
CAMP, W.G.; HEATH-CAMP, B. (2009) Managing our natural resources. 5 ed. New York: Delmar.
IDA (2013a) (International Desalination Association). Disponível em:
http://www.idadesal.org/desalination-101/desalination-by-the-numbers.
Acessado em: 17 de maio/2013.
MAUSER, Wolfram (2009).Water Resources: efficient, sustainable and equitable use.London, Hans Publishing Ltd.
REBOUÇAS, A. (2004) Uso inteligente da água. São Paulo: Escrituras Editora.
+ Movimentos migratórios contemporâneos
Zilda Márcia Gricoli Iokoi
País formado pelos deslocamentos populacionais contínuos, o Brasil segue recebendo imigrantes dos vários continentes, especialmente aqueles que vivem o dilema de terem que se deslocar devido a crises ambientais, necessidades econômicas ou refúgios. Poucos emigram para realizar formação profissional. A maioria deste grupo é imigrante temporário. Neste artigo, por escritas de ouvido analiso a situação de latino americanos e africanos que por narrativas em áudio visual nos entregaram suas histórias de vida que revelam dores, necessidades, sonhos e desejos abandonados para se submeter a um vivido cujas ausências de direitos tornam seu viver longe dos construtos das solidariedades e restringem ainda mais as suas inserções nas nova realidade encontrada.
Odair Paiva
A expressão Migrações Contemporâneas foi cunhada a partir dos anos 1980 para distinguir uma fase particular dos movimentos migratórios que, como sabemos, remontam ao século XIX. Os movimentos migratórios do final do século XX e início deste erigem-se num contexto econômico, cultural e político particular que, no entanto, reedita a dualidade que acompanha o ser migrante: se de um lado são compreendidos como força de trabalho pela sociedade de acolhida, por outro, buscam seu enraizamento na mesma tornando-se sujeitos que reivindicam garantias da cidadania e a preservação de sua identidade cultural. Os migrantes impactam a paisagem urbana criando novos espaços de convivência, inserem-se na concorrência do mercado de trabalho e, mais recentemente, seus descendentes adentraram à escola. Sua presença no ambiente escolar produz uma série de desafios para o sistema educacional, para os professores e alunos. O objetivo desta comunicação e apresentar alguns dos desafios gerados pela integração desses novos sujeitos no ambiente escolar, enfatizando, particularmente, situações que envolvem as dificuldades de socialização, desafios identitários e conflitos.
+ A crise das leituras: mito ou realidade?
José Luiz Fiorin
Este trabalho examina a questão da crise das leituras, mostrando que há duas maneiras possíveis de ver o problema. Pode ser considerado um mito, se se entende que crise das leituras significa que “não” se lê. Por outro lado, é uma realidade, se se pensa na forma como se lia e como se lê. Depois de examinar o impacto das novas tecnologias sobre o modo de ler, este trabalho discute as consequências pedagógicas sobre essa denominada crise das leituras e mostra os princípios sobre os quais deve assentar-se o ensino de português: a) a linguagem humana deve ser vista em sua natureza heterogênea e dinâmica; b) o ensino dos conteúdos gramaticais deve estar voltado para, de um lado, a compreensão do funcionamento do sistema linguístico e, de outro, para o aumento da consciência dos efeitos de sentido produzidos pelo uso da linguagem; b) como a linguagem é jogo, ou seja, conjuga a regra e a turbulência, a liberdade e a coerção, é preciso no ensino de língua materna mostrar como se joga com a regra, criando efeitos de sentido; d) a explicitação dos mecanismos intra e interdiscursivos de constituição do sentido do texto contribui para melhorar o desempenho do aluno no que concerne à compreensão do texto.
Norval Baitello Junior
Seguramente há uma crise das leituras ao menos desde o longo processo de hominização (e talvez mesmo antes dele), se entendemos leitura como percepção e processamento dos sinais do mundo. As sucessivas crises são constitutivas do homem, foram o seu desafio para superar as imensas dificuldades trazidas por drásticas mudanças ambientais, em primeira instância, e culturais, em última instância. Se estamos aqui hoje, é porque fizemos leituras competentes do nosso entorno e nos adaptamos a ele. Vamos entender, no entanto, a partir de um recorte mais contemporâneo: há uma crise na lida com a grande aceleração das mudanças culturais? Também é inegável que há uma crise na transição para uma era de predomínio do visual sobre o escrito. E as leituras de ambos são distintas exigindo adaptações drásticas. Enquanto em outras épocas tais adaptações se processavam ao longo de gerações, agora não há mais essa possibilidade: uma geração deve passar por mudanças radicais de ferramentas de leituras do mundo em períodos curtíssimos.
+ Ciência e ideologia na Geopolítica contemporânea: a nova teoria dos Três Mundos
André Martin
Inicialmente será apresentada a "teoria do mundo tripartido" legada pela cultura clássica grega, a qual se apoiava simultaneamente na verificação empírica de que o Mediterrâneo separava grandes porções de terra, ao norte e ao sul, e a presunção de que por razões de equilíbrio (para que as terras não deslizassem sobre as águas) o mundo deveria ser composto por três grandes conjuntos, aos quais se daria o nome de "terras firmes" ou "continentes". Mais tarde, durante a Idade Média, tal teoria apoiou-se em considerações de ordem teológica onde os três filhos de Adão e Eva dariam origem aos três povos, -samíticos, camíticos e jaféticos - cada qual correspondendo aos habitantes de um dos continentes acima mencionados - Ásia, Europa, e África-. Trata-se do que ficou consagrado como modelo O.T., iniciais de Orbis Terrarum, visão que só seria alterada com a descoberta da América.
A proposição defendida a seguir é a de que hoje, faz todo o sentido retomar a idéia de um mundo tripartido, só que o critério dessa repartição é de natureza geopolítica, procurando sintetizar as características morfológicas, as estratégias de segurança, e as ideologias correspondentes. Ao final aparecerá um novo modelo O.T., só que invertido em relação ao original, porque agora, o Sul aparecerá unido, e o norte repartido.
José Aparecido Rolon
Terceiro-mundismo: de Bandung à “queda do muro”, conceito e prática.
Esse trabalho pretende discutir um processo surgido a partir da descolonização que desembocaria no surgimento do Terceiro mundo. Que pode ser pensado como teoria e prática. A ideia de um “Terceiro Mundo” surge atrelada à uma proposta libertária e ao mesmo tempo de não-alinhamento às potências que emergem no pós-Segunda Guerra. Tratou-se da busca da independência política e econômica, para além da independência no plano jurídico. Como resultado desse processo pode-se indagar: protagonismo ou marginalidade?
+ A Cultura Digital: as dimensões políticas e sociais
Pedro Luis Puntoni
A popularização da internet, em meados dos anos 90 do século passado, e das tecnologias de informação modeladas em dispositivos digitais (que se constroem a partir de algoritmos baseados em valores discretos) tem produzido uma nova forma de sociedade. O impacto deste novo ambiente tecnológico é global e modifica, de alguma maneira, quase todos os outros sistemas de conhecimento. Neste contexto, a produção de conteúdos significativos para a cultura brasileira acessíveis pela internet é um desafio fundamental. Nosso enfoque, nesta apresentação, será mostrar alguns elementos para o desenvolvimento de uma política pública para a digitalização dos acervos memoriais brasileiros, processo que tem permitido a expansão do conhecimento, a ampliação do acesso à informação, a preservação dos suportes originais da memória e a construção de novos saberes e práticas.
Sergio Amadeu
A Cultura Digital será apresentada como uma cultura cibernética, simultaneamente articulando a comunicação, interação e controle. Sua expansão ocorre na última década do século XX, em um cenário que combina tendências aparentemente contraditórias: mercantilização extrema do cotidiano e fortalecimento das reivindicações de maior autonomia social. Amplas possibilidades de compartilhamento de conhecimento e bens culturais abrem-se com a popularização da Internet enquanto se exacerbam as tecnologias de controle e as legislações de recrudescimento da propriedade intelectual. A subcultura hacker, uma das vertentes da cultura digital, convive com as corporações que concentram os fluxos informacionais, praticam uma micro economia da interceptação de dados e modulam comportamentos. A exposição apresentará as tensões constitutivas da cultura digital.
+ O Oriente Médio
Reginaldo Nasser
As mobilizações populares ocorridas nas diversas cidades do mundo árabe foram um poderoso e instrutivo sinal de alerta de que o alardeado projeto de um novo Oriente Médio, articulado pelos EUA e as elites árabes, havia se esgotado. A revolta popular colocou em questão os regimes políticos árabes que, por décadas, vem justificando seu poder pelo fato de se apresentarem como um barreira contra as ameaças do fundamentalismo islâmico – no âmbito doméstico, e nas relações externas, contra o Irã. Mas, na medida em que a revolução dominou o primeiro ano das revoltas, as forças da contra-revolução, em todas as suas formas em associação com as potencias ocidentais, apareceram com força na segunda fase. O objetivo da exposição é abordar a dinâmica desse processo de revolução e contra-revolução no mundo árabe destacando as várias formas de intervenção internacional.
José Arbex
Há pelo menos uma forte razão para a ira que o grupo Estado Islâmico desperta na Casa Branca, nos governos europeus e iraniano: o grupo atua no vácuo deixado pelo desabamento da ordem instituída pelo tratado de Sykes-Picot, anunciado em 1916. O acordo desenhou as fronteiras atuais do Oriente Médio, incluindo a inserção do estado de Israel. Para impedir o avanço do Estado Islâmico, as grandes potências jogam a cartada da criação do Curdistão no Iraque, abrindo a perspectiva de tragar a Turquia, um país estratégico da Otan, para o vórtice do caos.
+ A América Latina
Osvaldo Coggiola
A continuidade da crise econômica mundial penetrou definitivamente os “mercados emergentes”, incluída a América Latina e seus “carros chefe” (Brasil, México, Argentina). Aponta-se como seu fator essencial o retrocesso de seus mercados de exportação, em especial a China. Contra esse pano de fundo se projetam importantes crises políticas que afetam, em maior ou menor grau, tanto os regimes “neoliberais” (de direita) como os regimes nacionalistas ou “progressistas”, até com a perspectiva de golpes civis, ou cívico-militares, novamente posta na agenda política. Paraguai (Lugo) e Honduras (Zelaya) foram só as primeiras manifestações de uma tendência maior. Já se cogita uma nova “década perdida” para América Latina, como a experimentada na década de 1980. Trata-se de discutir as raízes profundas da crise econômica, política e social do continente.
Rafael Duarte Villa
A palestra tratará dos modelos e novas formas de inserção da América latina face os desafios colocados pelo regionalismo, as políticas de autonomização frente aos Estados Unidos e a nova geopolítica regional. Assim a comunicação se organizará nos seguintes tópicos:
i. A contextualização sobre a fragmentação dos novos modelos de integração regional
ii. O impacto do surgimento de novas lideranças na América Latina no processo de integração
iii. A disputa pelo espaço geopolítico com os Estados Unidos
A palestra se fechará com crises políticas regionais, e como o Brasil uma análise das respostas que os países latino-americanos, em especial, o Brasil praticam frente a tais crises.
+ O pensamento filosófico contemporâneo
As matrizes filosóficas do chamado Idealismo Alemão forneceram subsídios conceituais para a Filosofia Contemporânea. Assim, há uma linhagem saída do pensamento de Kant e outra do de Hegel. No século passado, duas outras linhagens se firmaram: a da Fenomenologia e do pensamento Marxiano. Sob escolha dentre outras possibilidades, serão analisadas uma tendência da linhagem fenomenológica e outra da vertente hegeliano-marxiana. Em particular, o pensamento de Merleau-Ponty e o de Marcuse.
Minicursos
+ As diferentes linguagens na Educação – o uso de games no ensino
Rosana Schwartz
Falar das especificidades das fontes históricas do presente como os games, significa estar aberto não apenas a renovação metodológica no campo do saber histórico como também mergulhar em novos campos de observação, comunicação, sociabilidade e sem dúvidas novas formas de educar. Não é recente a utilização das fotografias, literatura, revistas, jornais, cinema, videoclips, desenhos animados como fonte histórica e sua utilização na educação, entretanto, falar das fontes de entretendimento games, marcadas pelo avanço tecnológico e pelo próprio presente na vida cotidiana de milhares de sujeitos sociais, como ferramenta para a educação, ainda comporta significativo corolário de interrogações, inquietudes e incertezas por parte de muitos educadores.
As tecnologias complexas como computadores, videogames, as mais variadas mídias e o acesso rápido as informação pelo google, youtube, faceboock, twitter entre outros, estão presentes no dia-a-dia dos jovens da “geração internet”, desde a infância até a universidade. Acostumados a realizar três ou mais atividades ao mesmo tempo e a interagir com várias mídias em conjunto com os mais diversos propósitos, seja para aprender, comunicar ou achar o que fazer ao longo do dia, não mantém por longos períodos em sala de aula, atenção para ouvir explanações de conteúdos transmitidas pelo método tradicional. O fato de terem crescido em ambiente digital trouxe novas formas de “ver”, “encarar” e “aprender” em suas vidas cotidianas. Este minicurso objetiva provocar questionamentos sobre a possibilidade da utilização dos games em diversos campos do conhecimento e verificar as vantagens e desvantagens criadas e recriadas pela imersão cognitiva, desenvolvida pelas experiências e prática interativas dos jogos no desenvolvimento dos conteúdos pelos docentes.
+ A Literatura como instrumento de ensino e aprendizagem nas Ciências Humanas
Marlise Vaz Bridi
A Literatura recobre tudo o que diz respeito à condição humana. Não há tema, não há sentimento, não há realidade, não há aspecto do imaginário que não tenha sido tocado ou não possa vir a ser tocado pela Literatura. Em sua pluralidade infindável de formas e matizes, por recobrir tudo o que se relaciona com o humano e por constituir-se de e pela linguagem, dialoga incessantemente com as Ciências Humanas, ou seja, pode ser iluminada (e, acrescentaria, pode iluminar) os vários campos do conhecimento das Ciências Humanas desde a Filosofia até a Antropologia; da Geografia e da História à Sociologia e à Política; da Psicologia à Economia; da Tecnologia à Comunicação. A Literatura, por seu caráter abrangente e polimórfico, é campo fértil e privilegiado para a reflexão acerca da condição humana, para constatar sua imensa diversidade e elaborar críticas ao que possa ameaçá-la em sua plena manifestação.
+ As artes visuais como instrumento de ensino e de aprendizagem das Humanidades
Alexandre Huady Torres Guimarães
Ao longo de sua história, o ser humano produziu registros de seu cotidiano, de suas crenças, de sua forma de pensar. O mais antigo registro confeccionado pelo homem, de que se tem conhecimento, é imagético: a pintura rupestre que está vinculada ao Paleolítico Superior, aproximadamente 40 mil anos antes da era cristã.
Esse hábito de representação imagética acompanhou a história do ser humano e, hoje, é indiscutível a presença da imagem no cotidiano de diversas áreas do saber, dentre elas, a educação.
Os textos legais que regem a educação brasileira são explícitos no quesito da utilização de variadas linguagens no processo de ensino-aprendizagem, dentre elas encontra-se a linguagem visual – que abrange a pintura, a fotografia, o grafite etc – que pode ser utilizada, transdisciplinarmente, como instrumento desse processo nos diversos níveis da educação.
Pretende-se, portanto, estabelecer um diálogo calcado nos processos de leitura da imagem levando em consideração questões relativas à sintaxe e à semântica das artes visuais, bem como seu processo cronotópico de produção e sua interlocução, que atua na inferência desse pronunciamento ideológico em função da potencialidade de cada receptor.
+ A Escola como Laboratório Vivo
Nídia Nacib Pontuschka
A Universidade nos ensina conteúdos, conceitos e experiências que outros tiveram, em diferentes momentos da História, no entanto, o estágio nas escolas constitui a primeira aproximação que os licenciandos têm com a realidade da sala de aula. Este é o laboratório vivo do ensino e aprendizagem.
Os alunos da Licenciatura que freqüentaram a Metodologia de Ensino de Geografia na Faculdade de Educação responderam questionários e oralmente apresentaram as representações sociais das aulas como observadores ou mesmo como regentes de determinados temas da Geografia nas escolas públicas da Grande São Paulo com predominância da capital.
Os estagiários trouxeram informações preciosas sobre as aulas: a metodologia e a didática dos professores; as relações pessoais que cada educador estabeleceu com os alunos; a reação dos estudantes diante do trabalho docente e com a disciplina escolar Geografia.
De acordo com os depoimentos, foi possível refletir sobre o que é educar, a diversidade dos professores e a maneira de apreender o conceito de espaço geográfico (e correlatos) para o ensino fundamental e médio.
Alguns depoimentos foram transcritos como exemplos de pensamentos dos estagiários.
+ A Redação de Trabalho de Campo e Estudo de Meio
Maria Alice Venturi
Os relatórios de trabalho de campo elaborados por alunos de graduação, esta oficina busca sanar as principais dificuldades na redação desse trabalho, além de refletir e orientar sobre questões de escrita, em geral. Dentre os assuntos tratados estão os tipos de redação que definem o tipo de texto mais adequado para cada etapa do registro escrito, o detalhamento das informações, a estrutura do relatório, a revisão do texto. A coerência e a padronização dos trabalhos estão entre as principais preocupações. Outros aspectos, como a inclusão de figuras e ilustrações, e também bibliografia e anexos, serão discutidos nesta oficina. Utilizando exemplos de trabalho de campo da Geografia, espera-se que os temas tratados possam auxiliar os professores tanto no ensino da escrita, como para a utilização em seus próprios trabalhos acadêmicos.
+ Historiografia: a história e o historiador nas origens e no desenvolvimento das ideias socialistas democráticas no Brasil
Frederico Alexandre Hecker
A expressão socialismo entrou para o vocabulário político em meados do século XIX, na Europa, e passou a caracterizar diversas acepções políticas. No Brasil, estas ideias ganharam um impulso significativo com a vinda de intelectuais italianos para S. Paulo, no início do século XX. O primeiro livro que levou o título "Socialismo no Brasil" foi escrito por Antonio Piccarolo, em 1908. A expressão socialismo passou então a designar simultaneamente todas as tendências - o sindicalismo-revolucionário, o anarquismo, o comunismo, entre outras - e a específica "vertente piccaroliana", criando uma confusão conceitual. Por muito tempo a historiografia contribuiu para uma perfeita confusão entre estas diferentes propostas políticas.
+ A argumentação como ferramenta no cotidiano do Professor
Valério Arcary
A vida é uma luta. Lutas exigem ferramentas. A argumentação surge na experiência social humana como recurso da língua a serviço da agregação das pessoas, da união pela sobrevivência e, também, para a solução de conflitos. A arte da eloquência, o domínio do discurso, a clareza de expressão, a força dos argumentos, a intensidade do compromisso são algumas de suas características. A argumentação não é uma ciência. É uma arte ou técnica. Ao surgir, há muitas dezenas de milhares de anos atrás, contribuiu para a construção de coletivos estáveis em sociedades igualitárias. A argumentação é uma forma de comunicação. Ela ajudou a unir as hordas humanas em sociedades de caçadores coletores, ofereceu coesão à tribo, que se organiza pelo parentesco, e precisava lutar contra grupos rivais e contra a penúria imposta pela dificuldade de domínio sobre a natureza. A argumentação favorece a solução de problemas e a cooperação.
Os gregos chegam a um momento de excelência da argumentação, há 2500 anos. Nessa época, uma primeira experiência democrática se desenvolve, uma democracia somente para os homens livres, exigindo a exposição pública das ideias e o manejo de formas de argumentação para decidir a condução da cidade-Estado (pólis). Alguns séculos depois, a tradição grega é incorporada pelos romanos. No apogeu de Roma, desenvolve-se toda uma escola de oratória construída na esfera jurídica, naquilo que chamamos de campo do Direito, cujas marcas podem ser vistas até hoje.
Não há educação sem argumentação.
+ Sistemas de informações geográficas
Lindon Fonseca Matias
Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) ocupam nos dias atuais uma importante função como suporte para elaboração de conhecimentos nas áreas científicas que lidam com a produção e análise de informações geográficas. Não por acaso as Ciências Humanas, em geral, e a Geografia, em particular, são cada vez mais usuárias habituais dessa nova tecnologia. Aliados a Cartografia Digital, ao Sensoriamento Remoto e aos Sistemas de Navegação Global por Satélites (GNSS), constituem as chamadas geotecnologias. Na área de ensino, ainda há muito que se fazer para integração dessa importante tecnologia como instrumento didático que pode colaborar de forma significativa para o processo de ensino-aprendizagem, tornando a construção do conhecimento geográfico de forma mais interativa e atraente aos educandos.
+ Narrativas do Contemporâneo nas Ciências Humanas: experiências multidisciplinares e interativas
Marli dos Santos e Elizabeth Moraes Gonçalves
A narrativa organiza as experiências humanas, sendo responsável pela interação característica dos novos tempos e das novas maneiras de produzir conteúdos e de construir conhecimento. É essencial no processo comunicativo e um desafio na produção midiática. Como organizadora das experiências humanas e do processo comunicativo, é impossível aprisioná-la em uma só estrutura textual, em uma só temporalidade, em uma só perspectiva, em um só estilo, uma plataforma midiática, em significações demarcadas. Pensar nas possibilidades da narrativa e como se apropriar de estratégias diferenciadas para constituir experiências multidisciplinares e interativas na contemporaneidade é um grande desafio.
+ A pesquisa em Geomorfologia e sua contribuição ao planejamento Ambiental Territorial: Técnica de gabinete, campo, laboratório e em sala de aula
Marisa Matos Fierz
Para o desenvolvimento da pesquisa científica em Geomorfologia, assim como outras pesquisas relacionadas as Ciências da Terra é necessário seguir etapas que fazem parte dos métodos e metodologias das pesquisas.
As pesquisas geomorfológicas, passam por fases iniciais, nas quais se definem os objetivos e de acordos com estes, a escala e as técnicas a serem utilizadas para atingi-los.
Um fator importante a ser definido nesta fase inicial é a escala de trabalho. A escala em Geomorfologia é um elemento fundamental para o desenvolvimento coerente da pesquisa, sobretudo, pela necessidade de se definir a quantidade de expedições à área de estudo, as técnicas empregadas, os equipamentos e materiais a serem utilizados em campo e em laboratório.
A escala: fator importante no estudo geomorfológico, pois por meio desta, os detalhes dos fatos do relevo a serem estudados são mais ou menos intensificados. Em função da escala, alguns instrumentos podem ser utilizados ou não. A maioria dos equipamentos são utilizados em escala local e portanto, em escala de detalhe. Com a escala de trabalho definida, parte-se para a composição da bibliografia e materiais que serão utilizados em campo e em laboratório.
Três etapas metodológicas principais devem ser seguidas em Geomorfologia. Uma das etapas, a primeira, mas também constante durante toda a pesquisa, é de gabinete. Nesta etapa, os estudos vão desde o levantamento bibliográfico à escolha de imagens (satélites, radar, fotografias aéreas, fotografia oblíquas) e uso de programas de SIG (sistemas de informações geográficas). Na etapa de gabinete, desenvolve-se boa parte do texto onde se definem os objetivos, bem como, as metodologias e materiais a serem utilizados em campo. Uma caracterização física e antrópica da área escolhida deve ser pré-desenvolvida nesta fase, uma vez que em Geografia, a sociedade e a natureza devem ser analisadas em conjunto.
Na etapa de trabalho de campo, os equipamentos devem ser utilizados com a maior precisão possível para que os dados que são levantados sejam confiáveis. Daí se dá a importância de uma pesquisa bem elaborada, pelas técnicas e materiais adequados a cada objetivo proposto que serão comprovados ao longo da pesquisa.
A terceira etapa é a de laboratório. Em laboratório, quando existem amostras, por exemplo de solo e de rocha coletadas em trabalho de campo, as mesmas são processadas, analisadas e quantificadas. Em laboratório costuma-se utilizar instrumentos adequados para cada tipo de análise de solo e rocha, por exemplo: granulometria (composição física do solo), química (composição química dos solos e rochas).
Essas etapas podem ser mostradas aos alunos em sala de aula para que conheçam uma pesquisa específica de uma derivação da Geografia, a pesquisa em Geomorfologia, a qual tem servido de instrumento para estudos específicos que subsidiam o planejamento ambiental territorial, bem como, a melhoria na elaboração de políticas públicas que envolvem o meio ambiente e a melhor forma da sociedade utiliza-lo. Desta forma, procura-se demonstrar ao alunos, exemplos de usos corretos e incorretos, com amostras, exemplos da realidade dos mesmos, da sua cidade, do seu bairro, entre outros.