Por Elisa Marconi e Francisco Bicudo
Juscelino Kubitscheck é capa de revistas semanais de informação e tema de anunciada mini-série da Rede Globo, sendo lembrado e festejado como o melhor presidente que o Brasil já teve. Mas será que essa idolatria tem mesmo fundamentos históricos? Afinal, destacam os especialistas, é verdade que, durante os “50 anos em 5”, slogan da administração de JK, o Brasil navegou pelos mares de um grande surto de desenvolvimento econômico. Mas é fato também que foi durante o governo do “presidente Bossa Nova”, como Juscelino foi carinhosamente apelidado, que o país enfrentou a explosão de seu endividamento externo, além de conviver com a aceleração da inflação.
As contradições não param por aí: se, por um lado, as artes e a cultura nacional conheceram período de intensa efervescência, consagrando movimentos como a Bossa Nova, houve também um tratamento bastante questionável – para dizer o mínimo – em relação aos candangos, os trabalhadores que se dirigiram ao Planalto Central para construir Brasília, a nova capital. Para compreender com mais detalhes o mito que cerca o ex-presidente, o SINPRO-SP conversou com Francisco Alembert, professor de história contemporânea da Universidade de São Paulo (USP). Os melhores trechos da entrevista, você acompanha a seguir.