Francisco Bicudo e Elisa Marconi
O debate sobre a crise de segurança pública em São Paulo deve permitir não apenas a compreensão mais aprofundada sobre as complexas raízes e causas do problema, mas também abrir espaço para que políticas públicas eficientes e racionais possam ser colocadas em prática. Na terceira e última entrevista da série especial que discute o tema, a socióloga e pesquisadora Julita Lemgruber afirma que, para alcançar resultados concretos, consistentes e responsáveis as estratégias de enfrentamento ao crime organizado precisam combinar ações de curto (recursos de inteligência), médio (penas alternativas) e longo (resgate da dívida social) prazos.
Para ela, o grande problema é que o sistema penitenciário no Brasil sempre viveu abandonado, esquecido e relegado a último plano, sem representar efetiva prioridade política. “O que não se percebe é que, enquanto isso acontece, o problema da segurança pública já não pode mais ficar represado pelos muros das cadeias e acaba transbordando. Porque você tem uma massa desamparada e desiludida, que acaba sendo dominada por grupos criminosos poderosos”, alerta a especialista, que é também diretora do Centro de Estudos e Pesquisas de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro.
Clique no link abaixo para conferir os principais trechos da conversa.