Por Elisa Marconi e Francisco Bicudo

Livros de Paulo Freire, há uma porção. Livros sobre Paulo Freire também. Mas há algo de especial na mais recente biografia do educador, lançada no último dia 1o de agosto. Primeiro porque Paulo Freire: uma história de vida foi escrito por sua segunda esposa, Ana Maria Araújo Freire, com quem o educador viveu seus últimos 10 anos de vida. Segundo porque, na obra, a autora consegue descrever com detalhes e sutileza a doce e delicada vida pessoal de Paulo Freire e a sólida atuação dele em favor da libertação dos oprimidos, que fazia da Educação seu pilar principal.

O livro de 655 páginas revela boa parte da trajetória de Paulo Freire, desde seu nascimento, em 1921, em Recife-PE, até a sua morte, em 1997. Passando, claro, pelo início dos trabalhos com alfabetização de adultos, o exílio durante a ditadura militar, e a gestão como secretário de Educação da cidade de São Paulo. A autora, grande conhecedora das obras de Freire, porque também é doutora em Educação, conta ainda pormenores da idealização do método Paulo Freire de alfabetizar e educar e comenta a atualidade dessa proposta. Graças às suas idéias inovadoras e revolucionárias, o educador conquistou reconhecimento internacional. No fim de sua vida, Paulo Freire era doutor Honoris Causa em 28 universidades do mundo todo.

Em busca de um mergulho mais profundo nessas histórias, o SINPRO-SP conversou com Ana Maria Araújo Freire. Aos 73 anos, ela é professora e doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e também responsável pela organização e publicação de algumas obras escritas pelo companheiro, como “Pedagogia dos sonhos possíveis e Pedagogia da tolerância”. Entre uma recordação e outra, Nita – como Paulo carinhosamente a chamava desde seus 3 anos de idade – falou sobre a dor e a delícia de biografar Paulo Freire, segundo ela, um grande amigo e mestre. Os melhores trechos dessa conversa você pode acompanhar aqui.