Autor do livro “História das lutas dos trabalhadores do Brasil” fala sobre os desafios que os trabalhadores têm pela frente
O Primeiro de Maio deste ano deve ser marcado por reflexões sobre como organizar a resistência às investidas do capital contra os direitos dos trabalhadores. A opinião é de Vito Gianotti, autor do livro “História das lutas dos trabalhadores no Brasil”, recentemente lançado pela editora Mauad.
De maneira enfática, e com o inconfundível sotaque italiano, ele afirma que “era para ser mais um dia de lutas, uma data para reorganizar forças, e não para promover festas com financiamento de empresários”. Segundo o especialista, os trabalhadores estão começando a perceber, por conta da miséria e do desemprego crescentes, as mazelas e falsas promessas do projeto neoliberal – e, alerta, é preciso intensificar a construção dessa mobilização contra-hegemônica. “É um cenário que exige uma atuação séria do movimento sindical, que tem a tarefa de ajudar a desmontar o discurso que defende o neoliberalismo como sinônimo de modernidade”.
Sobre o livro, uma sistematização de diversos outros trabalhos até então dispersos e isolados, Gianotti revela que uma das principais marcas da obra é brigar com uma idéia antiga vendida pela mídia e pela história oficial, que trata o brasileiro como um sujeito passivo. “É uma balela, uma posição ideológica que pretende deixar o povo cada vez mais atordoado, anestesiado”. Os melhores momentos da entrevista exclusiva que o autor concedeu ao SINPRO-SP, neste especial que marca a passagem de mais um Dia do Trabalhador, você confere aqui.