Especialista em relações internacionais analisa a disputa presidencial norte-americana
Por Elisa Marconi e Francisco Bicudo
Em março passado, o site do SINPRO-SP publicou uma entrevista com a professora de relações internacionais da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Marília, Cristina Pecequilo. Naquele momento, ainda bem distante das eleições presidenciais nos Estados Unidos, a especialista analisou as votações e disputas nas primárias estaduais e estabeleceu uma distinção bastante clara entre os projetos republicano e democrata. Quando aquela conversa aconteceu, não era possível afirmar que Hillary Clinton perderia a disputa democrata; não se cogitava que Barack Obama, ao sair vitorioso, chamaria para vice de sua chapa Joseph Biden, um veterano senador pelo estado de Delaware e muito ligado à área de política externa; também não se trabalhava com a hipótese de o senador John McCain convocar a polêmica governadora do Alasca para ser sua companheira de chapa. Imaginava-se menos ainda que poderia explodir uma crise econômica preocupante e planetária como a que estamos enfrentando, a ponto de o Banco Central norte-americano – o Federal Reserve – agir rapidamente para salvar a mega-seguradora mundial AIG, injetando US$ 85 bilhões na empresa, para que não houvesse falência.
Para além das fronteiras dos Estados Unidos, um assunto que já vinha chamando a atenção segue insolúvel: a guerra do Iraque. Enquanto o senador democrata volta os refletores para a crise mundial, o republicano parece mais uma vez apostar no discurso da segurança nacional e nas questões do Oriente Médio. Nessa disputa, é possível dizer que quem está de fato ainda indeciso é o chamado eleitor médio norte-americano, que não é filiado a partido algum e que está mais preocupado, de forma pragmática, com sua vidinha cotidiana. Esse eleitor será, na avaliação dos especialistas, o fiel da balança de uma eleição que se anuncia cada dia mais equilibrada. Da escolha que ele fizer, deverá sair o resultado final de uma disputa carregada de simbolismos, a mais empolgante dos últimos tempos, e que tem sido acompanhada muito de perto pelas mais diversas nações e sociedades do planeta – incluindo o Brasil.
Seis meses depois, e diante de um cenário completamente diferente, o SINPRO-SP atualiza o debate e volta a conversar com Pecequilo, autora de A política externa dos Estados Unidos e Introdução às Relações Internacionais e doutora em Ciências Políticas pela Universidade de São Paulo (USP). Os melhores trechos da entrevista você confere aqui.