Elisa Marconi Francisco Bicudo
A historiadora Márcia Lazzari propõe um debate: quais as relações entre violência doméstica, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a escola? Em outras palavras, quer instigar a reflexão a respeito de como os educadores, a direção e a coordenação pedagógica das instituições de ensino, públicas ou privadas, devem atuar diante de casos de agressão ocorridos fora dos muros das escolas. Márcia, que tem mestrado em Ciências Sociais e doutorado em Política pela PUC-SP, explica que, ao contrário do que muitas vezes é divulgado pela mídia e da imagem que se consolida no imaginário popular, violência doméstica é um problema democrático, que atinge todas as classes socioeconômicas, e que portanto deve também preocupar quem atua em colégios particulares. “Em geral, as pessoas acham que apenas nas classes mais pobres e menos favorecidas as crianças são agredidas. Isso não é verdade. Infelizmente, os maus tratos estão difundidos entre pobres e ricos”.
Durante a entrevista que deu ao site do Sindicato, a especialista afirma que é importante que as escolas estejam permanentemente atentas a esse cenário, apresenta dicas sobre como detectar se um aluno sofreu (ou sofre) violência em casa, discute como abordar o estudante e a família e sugere como denunciar o abuso, se for o caso – tudo isso para unir funcionários, docentes e direção em torno de um projeto articulado e coerente e garantir a proteção das crianças e dos adolescentes. “O alarmismo e a constante desconfiança não ajudam em nada. Por isso a formação é a diferença”, destaca. Os melhores trechos dessa conversa, você acompanha aqui