Francisco Bicudo e Elisa Marconi
O site do SINPRO-SP publicou entrevista com o cientista político Reginaldo Nasser, professor da PUC-SP e também da FECAP, analisando a política externa norte-americana e as várias frentes de atuação – conflito árabe-israelense, crise dos mísseis da Coreia do Norte, bloqueio econômico a Cuba, negociações com o Irã – da administração Barack Obama na área das relações internacionais. Em função da importância do tema, e de forma a contribuir um pouco mais com as reflexões sobre o assunto, retomamos o debate e conversamos com Tullo Vigevani, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e pesquisador do Centro de Estudos de Cultura Contemporânea (Cedec).
Ele admite que, em princípio, a era de intolerâncias e de guerras preventivas patrocinadas pelo ex-presidente George W. Bush está ficando para trás, mas alerta que “há situações locais que efetivamente não podem ser resolvidas apenas com a intervenção das potências mais importantes e que, a depender do encaminhamento, podem levar a crises significativas”. Sobre a aliança histórica estabelecida entre Estados Unidos e Israel, diz que há mudanças significativas na postura e no discurso dos norte-americanos, sem que esse movimento, no entanto, signifique rupturas – ao contrário, indica disposição de continuidade. “Há um afastamento dos Estados Unidos que se dá em relação ao governo conservador de Benjamin Netanyahu, mas não de Israel de uma maneira mais ampla”, diferencia.
O pesquisador fala ainda sobre o antigo “eixo do mal” (Irã e Coreia do Norte) e reserva análises também sobre as relações entre a África e os EUA. Sobre o Brasil, afirma que a parceria com os norte-americanos é relativamente estável, mas pode sofrer abalos pontuais por conta da crise econômica.
Confira aqui os principais trechos da entrevista.