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A atualidade de Jean Piaget

Elisa Marconi e Francisco Bicudo

O I Colóquio Internacional de Epistemologia e Psicologia Genéticas: Atualidade da Obra de Piaget, promovido pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) no início de setembro, em Marília, no interior paulista, jogou luzes sobre as teorias propostas ainda na primeira metade do século XX por Jean Piaget, biólogo e filósofo que dedicou boa parte de sua vida a tentar compreender como o ser humano aprende. O nome de Piaget é invariavelmente ligado a uma escola de ensino-aprendizagem chamada Construtivismo, que propõe, amparada nas ideias de desenvolvimento e de capacidade de aprender formuladas pelo biólogo suíço, fazer da criança o sujeito de seu processo de educação.

Jean Piaget foi responsável por idealizar teorias novas e abrangentes para explicar a inteligência e o desenvolvimento cognitivo das pessoas. Observando e entrevistando crianças, o professor da Universidade de Genebra comprovou reflexões inéditas sobre a interação do sujeito com o mundo ou com o meio, como ele chamava, e as tentativas que estabelecemos de conhecer esse mundo. Especialistas da educação gostam de se referir a ele como um estudioso da gênese do conhecimento, nos variados estágios de crescimento do homem. Engana-se, entretanto, quem entende Jean Piaget como um psicopedagogo, ou mesmo como um educador infantil.

“Ele era, antes de tudo, um biólogo atento à maneira pela qual os seres vivos conseguiam aprender e exercer novas atividades”, explica a professora de Epistemologia e Filosofia da Ciência do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IP/USP), Zelia Ramozzi Chiarottino. Mestre pela Universidade de Provence (França), doutora pela USP, pós-doutora pela La Sapienza (Itália) e livre-docente também pela USP e sempre estudando questões ligadas ao pensamento piagetiano, a professora é uma das principais especialistas do país quando o assunto são as contribuições do biólogo e filósofo suíço. É também uma das defensoras da perspectiva que diz que, no Brasil e no mundo, de um modo geral, entende-se muito pouco sobre a essência da obra dele, e ignora-se o ponto central das teorias de Jean Piaget.

Na entrevista que concedeu ao site do SINPRO-SP, Zelia afirma que o excesso de psicologia, de sociologia e de outras disciplinas de humanidades para tentar interpretar a obra de Piaget acabou desviando a atenção dos pesquisadores, educadores, filósofos e biólogos a respeito da questão física do aprendizado. O cérebro é um órgão plástico, dizia Piaget, e ele se molda a partir das influências que recebe do ambiente. Desviar-se dessa referência significa reduzir o pensamento piagetiano, segundo a professora da USP.

Leia os trechos da entrevista com Zelia Ramozzi Chiarottino em que ela fala sobre todos esses conceitos e ainda destaca a atualidade da produção de Jean Piaget.

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