Elisa Marconi e Francisco Bicudo
O Muro de Berlim – que dividia a capital alemã em dois territórios antagônicos e servia de símbolo máximo da separação do mundo em dois blocos ideológicos, o socialista e o capitalista – foi derrubado em 9 de novembro de 1989. Pouco menos de um ano depois, em 3 outubro de 1990, a Alemanha capitalista, alinhada com os Estados Unidos e com a Europa Ocidental, e a Alemanha do leste, a porção socialista e até então afinada com a União Soviética, voltaram a se unir, dando origem a uma única nação – a Alemanha.
Para o professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica, a PUC-SP, Reginaldo Nasser, a iniciativa ajudou, por um lado, a condenar de vez ao fracasso o projeto socialista, que já se encontrava bastante desgastado; por outro, permitiu fazer despontar a perspectiva de uma Alemanha que galgaria novos espaços no tabuleiro da geopolítica internacional e que assumiria a condição de grande líder européia e de principal potência do continente. Em parte, as projeções se concretizaram. Mas a nação alemã ainda enfrenta atualmente entraves significativos na tentativa de ocupar esse posto de destaque – a impossibilidade de manter exército regular é apenas um desses obstáculos.
O SINPRO-SP conversou com Nasser sobre a reunificação, a situação interna da Alemanha e a posição do país no cenário mundial. Eis aqui os melhores momentos dessa entrevista.