Elisa Marconi e Francisco Bicudo
No último domingo, 1º de maio, Dia do Trabalhador, o sociólogo Rudá Ricci publicou em seu Blog “De Esquerda em Esquerda” o artigo “Os falcões do PT”. O texto procura desenhar, de forma bastante detalhada, as estratégias de funcionamento do fenômeno que o pesquisador chama de “lulismo” e explica com precisão os principais movimentos e inflexões que o PT vem fazendo nos últimos anos - e os significados desses passos para a política nacional.
Segundo o autor, que acompanha a política brasileira há décadas, o momento é surpreendente. Nunca antes na história do país uma liderança conseguiu chegar tão perto de implantar o que a ciência política chama de hegemonia, ou seja, a possibilidade concreta de conduzir todo um arco de forças ideológicas e de atores sociais a partir de um único projeto político. Para o pesquisador, as ações do ex-presidente Lula indicam que o Brasil tem grandes chances de alcançar esse patamar.
Para ele, a oposição, ou a ausência de uma oposição efetiva, tem responsabilidade nesse processo e daí porque é premente entender o que se passa não apenas no PT, mas também no PSDB – com quem aquele partido disputou espaço por anos – e o calouro PSD, comandado por Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, que está atraindo boa parte da chamada direita histórica do país.
O site do Sindicato dos Professores de São Paulo conversou com Rudá Ricci, que é mestre em Ciências Políticas e doutor em Ciências Sociais e também autor de “Lulismo – da era dos movimentos sociais à ascensão da classe média brasileira” (Editora Contraponto) e de "Terra de Ninguém" (Editora Unicamp), entre outras obras, além de professor do Mestrado em Direito e Desenvolvimento Sustentável da Escola Superior Dom Hélder Câmara.