Acreditando nisso é que Nanci e Beatriz elaboraram o curso “Prevenindo Drogas nas Escolas”. Nele, uma série de dinâmicas sensibiliza pais e alunos (primeiro separadamente, depois juntos) para o enorme problema (pessoal e social) que é o uso de drogas. Também o diálogo sincero, com escuta de parte a parte, é estimulado. “A gente acredita esse é um fator essencial na decisão do jovem sobre usar ou não drogas”, explica a pedagoga.
Com ligeiras adaptações, nos dias 04 e 11 de maio o “Prevenindo” será ministrado pela primeira vez para professores, na sede do SINPRO-SP. Os docentes passarão pelas mesmas atividades pelas quais pais e alunos passam, vivenciarão as mesmas experiências, participarão de discussões aplicadas e sairão da sala de aula como multiplicadores de idéias, capazes de difundir esses novos conceitos e conhecimentos nas escolas em que trabalham. Além da relação forte que há entre mestres e aprendizes, é mais fácil mobilizar uma comunidade escolar por meio dos professores. “A maior parte das direções de escolas está muito preocupada com o problema das drogas, mas ainda manifesta resistência em aceitar um trabalho declarado de prevenção”, afirma Nanci, que também é professora de Ciências no Colégio Cidade de São Paulo. Ela se refere ao velho receio que os donos de estabelecimentos de ensino têm de que existam viciados nas escolas que administram. Argumento que as duas especialistas rebatem com uma explicação lógica: a prevenção existe exatamente para não deixar o problema acontecer. “Faça antes que ele apareça”, dizem.