Cursos irregulares oferecidos por instituições brasileiras e estrangeiras invalidam o diploma
Por Elisa Marconi e Francisco Bicudo
A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) alerta: cuidado na hora de escolher um curso de mestrado ou doutorado, principalmente se ele for ligado a instituições de ensino de fora do Brasil. O risco de o diploma não ser válido em território nacional é grande. Com esse aviso, veiculado logo na parte de cima da página inicial de seu site, o órgão vem procurando alertar os interessados em fazer pós graduação, para que fujam do risco de “comprar gato por lebre”.
Para que o diploma de um curso ministrado por uma universidade estrangeira possa ser aceito nacionalmente, precisa ser revalidado e chancelado por uma universidade federal. O problema que vem acontecendo é que, via de regra, quando esses mestrados e doutorados são avaliados, acabam desqualificados. Ou seja, os certificados não são válidos para o Brasil.
E por que isso acontece? “Para começar, esses cursos são dados aqui, mas recebem diploma de uma instituição estrangeira. Então, o aluno tem aulas no Brasil, fingindo que está no exterior, e isso é ilegal”, responde o Diretor de Avaliação da Capes, Renato Janine Ribeiro. Ele prossegue: “Durante o processo de revalidação, descobre-se ainda que os cursos são de nível muito baixo”, afirma. Não são raros os casos de pós-graduação com carga horária muito inferior ao mínimo exigido pela legislação brasileira, com orientadores e professores que apenas emprestam seus nomes e nunca aparecem no curso, além de teses muito frágeis e sem base científica. Com todas essas deficiências, não é possível garantir o mínimo padrão de qualidade, e esse certificado não pode ser aceito no país.