O trabalho de Carmen Mattoso não se limita a listar as visitas. O livro é um manual para educadores. Traz informações sobre preços, acomodação, capacidade máxima de pessoas, horário de funcionamento e condições especiais para escolas. São 35 temas, entre eles Botânica, Ciclo do Café, Cultura Indígena, Educação Ambiental, todos eles divididos em verbetes. De quebra, ainda sugere maneiras de o passeio ser benéfico tanto para quem vai como para quem fica. Carmem explica: “Normalmente as excursões causavam um impacto negativo às cidades que as recebiam. Não rendiam nenhum dinheiro à população local, nem orgulho ou valor”. E completa: “Nosso trabalho busca um outro caminho, que insira e renda frutos para a comunidade. Ou seja, além de educativo e cultural, tem um lado social também”. Isso possibilita, entre outras coisas, um contato mais verdadeiro com os guias da região que, não raro, são moradores antigos, ou descendentes deles, e têm muitas histórias para contar.
E exemplos de bons usos do turismo pedagógico não faltam. Para professoras de Língua Portuguesa e Literatura, o Sítio do Pica-Pau Amarelo, em Taubaté, enche os olhos e ouvidos dos meninos, incentivado a leitura, a criatividade e a imaginação. A Matemática fica atrativa quando estudada na Bolsa de Valores, ou no museu da Caixa Econômica Federal (CEF). As Ciências ganham encanto no Museu de Anatomia Humana da Universidade de São Paulo (USP), na Estação Ciência e na Usina Hidrelétrica de Barra Bonita. História e Geografia também são contempladas com viagens pela nascente do Rio Tietê, na cidade de Salesópolis, ou em excursões ao Museu do Ipiranga, ao Memorial do Imigrante e ao Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR), em Apiaí. Ou seja, todas as áreas do saber são consideradas, com atividades para alunos de todas as idades. Do Petit Zôo, em Cotia, à feira do Vestibular, na capital.
Há ainda uma outra questão importante no Roteiro Cultural e Pedagógico que merece destaque. O livro proporciona “uma maior independência e autonomia para o professor”, segundo Carmen. Ou seja, o educador fica a par de tudo o que está relacionado com a visita idealizada e pode, assim, comandar e coordenar a atividade – claro que com a ajuda dos profissionais que atendem as escolas nos locais. Com as orientações oferecidas pelo livro, o docente deixa de ficar submisso a programas previamente roteirizados, engessados, e pode criar ele mesmo a melhor opção para os estudantes, de acordo com o que considera pedagogicamente mais adequado. E mesmo que escolha fazer o passeio com uma agência de turismo , “sua relação com a empresa muda e ele pode passar a exigir determinadas condições ou especialidades para seus alunos”, de acordo com Carmem, fugindo assim dos pacotes prontos e normalmente impostos, porque se torna conhecedor do local, da estrutura e da finalidade daquela visita.
Roteiro Cultural e Pedagógico do Estado de São Paulo não está disponível nas livrarias, mas pode ser adquirido com a própria autora. Para falar com Carmem Mattoso, ligue para (11) 5548 3984, ou (11) 95266568, ou escreva para tear@projetotear.com.br, ou tear@ig.com.br.