envie por email 

Impossível não se emocionar

Impossível não se emocionar, por exemplo, com a trajetória de João do Pulo, que, segundo a autora, é a mais triste das que estão relatadas. O recorde do salto triplo (17,89 metros), alcançado por ele em 1975, na Cidade do México, demorou quase dez anos para ser batido pelo norte-americano Willie Banks (17,97 metros). João ganhou o bronze nas Olimpíadas de Montreal, em 1976, mesmo estando machucado quando competiu. No livro, Kátia conta que, nos Jogos Olímpicos seguintes, em Moscou, João do Pulo teria sido prejudicado pela arbitragem. Sete de seus saltos foram impugnados pelos juízes, beneficiando os atletas soviéticos. Contam os relatos que João teria inclusive batido novamente o recorde mundial. Depois da Olimpíada, o atleta sofreu um acidente automobilístico e perdeu as duas pernas. Depois disso, entregou-se ao álcool e morreu em 2001 de cirrose hepática.

Assim como a de João do Pulo – que tem um trágico desfecho –, o livro traz uma série de outras histórias de determinação, superação e, principalmente, de esforço individual dos atletas – e com final feliz. Esse último, aliás, é o mote central e recorrente da obra. “Todo o histórico dos medalhistas brasileiros mostra isso. Foi a garra pessoal deles que trouxe as vitórias e medalhas, e não uma política pública ligada à prática esportiva”, explica Kátia Rubio.

Pode parecer estranho, mas o fenômeno se repete até mesmo nas modalidades coletivas. A professora da Escola de Educação Física apresenta dois exemplos. O primeiro é o basquete “em que quatro das meninas, titulares do time, jogam na WNBA [liga de basquete feminino norte-americano]. Foram buscar lá fora um caminho individual de superação”, propõe. O outro exemplo é o voleibol que, ao contrário do basquete, passou por uma profissionalização. Mas, novamente, se vê o caminho individual como decisivo. “Carlos Arthur Nuzman tinha e tem um projeto pessoal ligado ao voleibol. Na década de 80, foi presidente da Confederação Brasileira de Voleibol, dali alcançou o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e almeja o Comitê Olímpico Internacional (COI)”. E, segundo a autora, para ir alcançando seus objetivos, Nuzman precisava garantir que sua principal plataforma, o vôlei, tivesse sucesso. Então o esporte foi profissionalizado, ganhou as telinhas, as páginas dos jornais e a agenda dos brasileiros. Um projeto político individual, fazendo crescer e popularizar essa modalidade.

Leia também
Saga olímpica
Divisão social das modalidades


ver todas as anteriores
| 03.02.12
De onde viemos

| 11.11.11
As violências na escola

| 18.10.11
Mini-Web

| 30.09.11
Outras Brasílias

 

Atualize seus dados no SinproSP
Logo Twitter Logo SoundCloud Logo YouTube Logo Facebook
Plano de saúde para professores
Cadastre-se e fique por dentro de tudo o que acontece no SINPRO-SP.
 
Sindicato dos Professores de São Paulo
Rua Borges Lagoa, 208, Vila Clementino, São Paulo, SP – CEP 04038-000
Tel.: (11) 5080-5988 - Fax: (11) 5080-5985
Websindical - Sistema de recolhimentos