Por Francisco Bicudo
À primeira vista, pode parecer estranho. A história mais conhecida é a da intolerância e a da não-aceitação mútuas. Mas o fato é que as religiões cristã e judaica já estiveram muito mais próximas do que se imagina. Pelo menos era essa a realidade até o século II, quando muitas das idéias, símbolos, tradições, narrativas e práticas eram comuns aos seguidores das duas correntes. Coordenador do projeto temático “Estruturas Religiosas Convergentes no Judaísmo e no Cristianismo do Primeiro Século”, financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), o pesquisador Paulo Augusto de Souza Nogueira tem se dedicado a estudar as formas, os conteúdos e os significados desse diálogo e intercâmbio.
Também professor da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), ele conta com o apoio de uma equipe que reúne outras onze pessoas, entre mestrandos, doutorandos e colaboradores de instituições como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Queen’s College, de Oxford (Inglaterra).
Ao falar sobre a relevância dos estudos desenvolvidos, ele destaca a importância de se oferecer cada vez mais subsídios para a leitura e interpretação de textos que são referenciais para a formação da cultura ocidental e, por conseqüência, também da identidade brasileira. “Estamos ajudando a preencher uma lacuna, pois não há no Brasil uma escola de estudos bíblicos com viés acadêmico e científico”.
A seguir, você confere os principais trechos da entrevista do professor Paulo Nogueira ao site do SINPRO-SP.