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MEC pode reavaliar métodos utilizados no país

O Ministério da Educação anunciou que pretende abrir a discussão e reavaliar os métodos de alfabetização utilizados nas séries iniciais do Ensino Fundamental do país, pensando na forma e na eficiência deles. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que determinam os conteúdos a serem abordados em cada série, em vigor atualmente, foram feitos durante a gestão do ministro Paulo Renato Souza, entre 1995 e 2002, e têm evidentes influências da corrente conhecida como construtivista. Esse grupo, no entanto, não está sozinho e, aproveitando a brecha aberta pelo governo, defensores do chamado método fônico, uma outra e bastante distinta vertente pedagógica, também se apressam a apresentar seus argumentos em favor de mudanças na atual estrutura.

A maioria das escolas públicas e privadas do Brasil adota o método construtivista, desenvolvido pelo psicólogo francês Jean Piaget. O construtivismo considera a construção do conhecimento como uma interação entre o que já se sabe e o que se está aprendendo. Neste método, aprender é construir modelos para interpretar a informação nova, reestruturar o que já se sabe em função da informação aprendida, construir o conhecimento. Ou seja, na alfabetização por este método, a criança é sujeito de sua aprendizagem e vai construindo seu saber à medida que novos conteúdos lhe são apresentados. Descartam o uso de cartilhas, preferindo livros ou textos de jornais e revistas para embasar o ensino.

Na outra ponta está o método fônico. Muito utilizado no Brasil, principalmente nas décadas de 1960 e 1970, ficou nacionalmente conhecido graças à cartilha “Caminho Suave” e à sua famosa frase “Vovô viu a uva”. Ainda hoje, uma série de instituições utiliza esse processo, que se baseia na rápida associação entre o fonema e sua forma gráfica. Ou seja, está baseado no aprendizado das vogais, consoantes e de seus sons. Quem defende esse método garante que ele é o mais utilizado nos países desenvolvidos na área educacional, como Estados Unidos, Dinamarca, França, Canadá, Inglaterra, Itália, Austrália, Escócia, Irlanda, Suécia, Noruega, Bélgica, Finlândia, Israel e Cuba.

Críticas
Os dois grupos não poupam críticas ao “método adversário”. De um lado, os construtivistas alegam que, no método fônico, a criança não é tratada como sujeito da construção de seu conhecimento e que os conteúdos caem de pára-quedas em suas carteiras. Ou seja, em vez de ir aprendendo a interpretar o que lê – ou seja, compreender a mensagem por trás da palavra –, a criança simplesmente decora uma fórmula. No outro canto do tablado, os fônicos garantem que o grande número de estudantes que terminam o ensino fundamental semi-alfabetizadas, ou analfabetas funcionais, é conseqüência da adoção do construtivismo como estratégia hegemônica de formação.

A idéia do ministro da Educação, Fernando Haddad, é mesmo promover a discussão para analisar todas as possibilidades dos métodos e, a partir disso, decidir o parâmetro do Brasil. Para especialistas, esse aceno soa como um germe muito inicial de uma discussão importante e que há tempos não é feita no país: a adoção de uma política pública federal de educação. E este assunto é tão importante e diz tanto respeito à vida e às práticas dos educadores que o SINPRO-SP entra na roda dos debates. A seguir, você poderá ter acesso a dois artigos escritos por especialistas, originalmente publicados pela seção “Tendências e Debates” do jornal Folha de S. Paulo, em 18.02.2006. A idéia não é defender um ou outro método de alfabetização, mas discutir a validade e a importância dessa reavaliação dos PCNs que está sendo proposta pelo governo.

O MEC acerta ao propor a revisão do processo de alfabetização no Brasil?
Clique nos títulos abaixo para ler as diferentes posições

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