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Fixar bandeira no Golfo Pérsico

Feita a divisão do bolo e do riquíssimo espólio iraquiano, e com os incentivos à corrida armamentista e à indústria bélica, os EUA pretendem dar novo fôlego à sua combalida economia, que enfrenta uma perigosa e delicada recessão. O controle do território do Iraque teria ainda importância geopolítica estratégica, pois seria a forma de os norte-americanos fixarem mais uma bandeira e base no Golfo Pérsico e lá criarem mais uma área de forte influência, contrapondo-se a potências como a Rússia e a China – esta, segundo cálculos de não raros analistas dos EUA, depois do fim da União Soviética, será a grande concorrente do tio Sam na disputa pela hegemonia mundial, durante o século XXI. Sem medir esforços, o que os tentáculos norte-americanos desejam é constituir um novo império global, talvez seguindo e inspirando-se no exemplo de Roma. Análises publicadas pela imprensa nos últimos dias nos oferecem uma dimensão mais exata do que se está falando.

“Democratizar o Iraque é tarefa do povo iraquiano. Não é tarefa para uma potência estrangeira. Principalmente quando, a cada dia, fica mais claro que o governo dessa potência estrangeira não vê esse conflito pelo interesse do povo iraquiano, mas como saída alternativa para sua problemática conjuntura interna – desemprego crescente; escândalos desmoralizantes para o sistema econômico até então festejado como modelo; tudo no bojo de crescente recessão econômica, simultânea a um déficit fiscal recorde que, a existir uma lei de responsabilidade fiscal globalizada, já teria colocado o governo Bush em ‘custódia preventiva’”, afirma o jornalista Milton Temer, no Jornal do Brasil. Para Alcino Leite Neto, de posse das reservas iraquianas, “os EUA terão adquirido uma vantagem sem par no controle da energia mundial e no jogo de forças geopolítico, contendo os avanços da Rússia e sobretudo da China”. O escritor e ensaísta norte-americano Norman Mailer também coloca o dedo na ferida. No Estado de S. Paulo de 2 de março, ele diz que “minha hipótese é que o presidente George W. Bush e vários conservadores concluíram que a única maneira de salvar os EUA e tirá-los do atual declínio é tornar-se um regime com maior presença militar, rumo ao Império. Meu medo é perdermos a democracia no processo”. Mailer traz à tona um outro elemento fundamental para a compreensão do problema: a água, fonte, segundo muitos especialistas, das guerras do futuro (ou será mesmo do presente?). Ele completa seu raciocínio: “A guerra com o Iraque, como eles a conceberam originalmente, seria um passo rápido e dramático que lhes permitiria controlar o Oriente Médio como uma base poderosa – não apenas por causa do petróleo, mas também pelas reservas de água dos rios Tigre e Eufrates – para construir um império mundial”.

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