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Convergência entre informação e entretenimento

Elisa Marconi e Francisco Bicudo

Há quase 50 dias, 33 mineiros chilenos estão presos na mina San Jose, no norte do país. A previsão é que os homens sejam resgatados em dois meses, ou pouco mais. A situação por si só já é dramática – trabalhadores presos, a dezenas de metros abaixo da superfície, sem ver a luz do sol por meses, afastados das famílias, sob risco de contrair doenças. Mas a cobertura midiática está ajudando a amplificar o drama, espetacularizando as narrativas (ou pelo menos boa parcela delas) que são veiculadas pelos jornais, emissoras de rádio e de TV e pela internet.

A estratégia de abordagem das emissoras, jornais, revistas e sites, baseada na informação capítulo a capítulo, nos exageros, na teatralização, relatando cada passo na rotina dos confinados, segundo a professora da Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), Leda Tenório da Motta, não é muito diferente do tratamento dado a outras tragédias similares. Foi dela o primeiro artigo sobre o tema que o site do SINPRO-SP publicou. E, segundo a especialista, o resultado desse espetáculo é certa sensação de normalidade por parte do público que consome essa cobertura. A professora lembra que essa maneira de abordar os acontecimentos é praticamente uma característica que nasce junto com o próprio jornalismo. “Para [o sociólogo Pierre] Bourdieu, os assuntos que vingam nos jornais são os que ele chama de “assuntos ônibus”, que servem para todos, por serem gerais, superficiais, inespecíficos, anestesiantes”.

Por conta da importância do assunto, e para contribuir um pouco mais com as reflexões e oferecer ao professor material que possa inclusive ser levado para as salas de aula, o Sindicato oferece artigo do jornalista e professor universitário Luis Mauro Sá Martino. Ele é doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP e autor do livro Mídia e Poder Simbólico, entre outros. Para o pesquisador, o que acontece é uma “convergência entre a notícia e o entretenimento e que a grande novidade do tempo que estamos vivendo não é o gênero da cobertura jornalística, mas o grau que ela alcança”. Leia a análise completa aqui

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