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Drogas: aprendendo e ensinando a dizer não

Por Elisa Marconi e Francisco Bicudo

A semana passada foi de tensão no Rio de Janeiro. A disputa entre dois traficantes – conhecidos como Lulu e Dudu - pelo controle das bocas de fumo da favela da Rocinha, na zona sul da cidade, deixou cariocas em alerta. Centenas de policiais militares foram destacados para prender os criminosos e assegurar a integridade dos moradores do morro e do asfalto. Não faltaram “iluminadas” e descabidas sugestões – pior, apresentadas por representantes do poder público –, como a construção de um muro de três metros de altura para isolar a favela, ou o auxílio de tropas do exército para trazer a normalidade da vida de volta à cidade. A preocupação com o imediato e o emergencial, que invariavelmente recorrem à criação de mocinhos e bandidos e fazem surgir as interpretações maniqueístas e simplistas, deixou de apresentar alguns cenários e análises mais sofisticados e complexos.

Em primeiro lugar, passou batida a incompetência absoluta do Estado em lidar com o narcotráfico. Vale lembrar que o único braço do poder público que chega às favelas – local onde os pontos de drogas estão instalados – é mesmo a polícia, que – às vezes – até colabora e se beneficia do crime. Por conta dessa característica, o Rio de Janeiro, em especial, passou a ser uma rota importante de distribuição internacional de entorpecentes. Mais ainda: não se pode esquecer que existe uma elite econômica, moradora dos bairros e condomínios de luxo do Rio de Janeiro, que financia e patrocina a existência do tráfico. São questões que devem ser tratadas de maneira firme, decidida, implacável, com vontade política e articulação de ações, de acordo com o rigor da lei. Vale ainda lembrar que existe, no início e na ponta final do processo, um sujeito chamado usuário. Ele não está isento de cumprir aquilo que a legislação e as normas jurídicas determinam, mas deve também ser encarado como um problema de saúde pública, como alguém que precisa de ajuda. E a escola é um dos espaços privilegiados para que essa perspectiva possa ser contemplada.

“Trata-se do usuário casual, esse acha que o que usa é tão pouco, que é uma parte tão pequena, que não tem relação alguma com o tráfico internacional”, afirma a pedagoga, especialista em treinamento empresarial, Beatriz Pereira da Rocha. “Ele perde tudo, perde os valores, perde os padrões éticos. Não tem como saber que está envolvido numa situação tão delicada”, completa a educadora e psicóloga, Nanci Alcântara. A boa notícia é que, segundo as duas, há solução para todos esses problemas: a prevenção. E, melhor ainda, se trabalhada a tempo, ela pode evitar desde a degradação do dependente até – em última instância – a promoção do tráfico de drogas e suas nefastas conseqüências.

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