Por Elisa Marconi e Francisco Bicudo
Em tempos de Olimpíada, os brasileiros, eternos técnicos de futebol, se tornam também um pouco especialistas em ipons, aces, saltos duplos carpados, revezamentos, esforçando-se inclusive para acompanhar e decorar os nomes das diversas classes que disputam o iatismo – uma das grandes fontes de medalhas para o país. A cada quatro anos, as expectativas são enormes – já as conquistas, nem tanto. Em geral, são resultado de esforços isolados e da dedicação individual dos atletas, ou de fenômenos esportivos que representam exceção, e não de treinamento, planejamento e de uma política coerente de investimentos. Para quem deseja conhecer melhor esse universo, uma boa sugestão é o livro Heróis Olímpicos Brasileiros, escrito por Kátia Rubio. A obra, lançada em junho pela editora Zouk, conta a história de todos os medalhistas olímpicos brasileiros, de 1920 a 2000.
“Os 45 atletas que ganharam medalhas estão representados no livro. Todos os que estão vivos deram seus depoimentos. Aqueles que já morreram tiveram suas vidas reconstituídas por parentes ou pessoas próximas, como os treinadores, juízes, companheiros de equipe”, explica a autora. Heróis Olímpicos Brasileiros é resultado da pesquisa “Do atleta à instituição – o imaginário Olímpico Brasileiro”, desenvolvida por Kátia Rubio na Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo (USP). Os depoimentos seriam, inicialmente, usados como material de análise na pesquisa. “Mas, à medida que fomos trabalhando com eles, percebemos que eram muito valiosos para ficar trancados numa tese. Resolvemos publicar”. De acordo com a professora, quem lê se encanta com as histórias.