Tariq Ali esteve presente à 17ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, encerrada no último dia 05 de maio, onde lançou e autografou a obra e participou de debate com o público. Ele contou que, nos últimos quatorze anos, se especializou em obter informações não tão conhecidas sobre o Islã; por isso, a concretização da tarefa não foi difícil. “Já tinha todo o livro na cabeça, mesmo antes do 11 de setembro”, revelou.
Afinal, como ele próprio lembra, a história da intervenção norte-americana na região do Oriente Médio é bem mais antiga do que os atentados contra as torres gêmeas do World Trade Center. “Quem criou e financiou o Bin Laden?”, pergunta Tariq. Sem tergiversar ou esperar, ele mesmo responde: “Os Estados Unidos!”.
O intelectual paquistanês não nega que o que aconteceu em 11 de setembro em Nova Iorque foi um ato de terror. No entanto, engrossa o coro dos que criticam a reação norte-americana e os bombardeios ao Afeganistão – segundo ele, a questão deveria ter sido resolvida por meio de ações políticas e da negociação, que poderiam inclusive envolver julgamentos internacionais. “Em Nova Iorque, morreram três mil pessoas. Foi horrível e todos sentimos muito. Mas, como resultado dos bombardeios, quatro mil inocentes, entre crianças, homens, mulheres e idosos, morreram no Afeganistão. Parece que a vida dos que vivem sob a proteção do império americano vale mais do que a vida de qualquer outro cidadão do mundo”, disse.