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Discutindo a biossegurança

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, 2 de março, a Lei de Biossegurança. A medida é uma das mais polêmicas a passar pelas casas legislativas, porque trata de assuntos delicados e que suscitam opiniões mais do que divergentes e conflitantes, como a autorização e regulamentação para uso de sementes transgênicas e a produção de células-tronco, obtidas a partir de embriões humanos. Com relação a esta segunda possibilidade, embora ainda não tenhamos equipes especializadas na técnica de clonagem terapêutica – que transfere o núcleo de uma célula normal para um óvulo sem núcleo -, já teríamos competência científica e tecnológica, segundo os especialistas, para dar início à produção das células-tronco, utilizando embriões congelados.

Mas o que são essas células-tronco? A professora titular de Genética do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano, Mayana Zatz, uma das maiores autoridades do país no assunto, e que ajudou inclusive na redação final do projeto de lei, explica que se trata de um tipo de célula que pode se diferenciar e potencialmente constituir diferentes tecidos no organismo, do coração ao cérebro. Como, além disso, essas células são capazes de se reproduzir, originando outras células idênticas, pesquisas indicam que elas podem ser de grande valor no tratamento de tecidos lesionados ou degenerados, como acontece nas doenças de Alzheimer e de Parkinson e em doenças neuromusculares em geral.

Essas células são divididas em adultas, presentes no cordão umbilical dos bebês, medula óssea, sangue, fígado e polpa dentária, e embrionárias, que aparecem nas primeiras horas de vida do embrião, e que podem constituir todos os tipos de tecidos. Um detalhe: estas últimas só podem ser produzidas a partir da clonagem terapêutica. Ou seja, o núcleo de uma célula do embrião é transportado para um óvulo sem núcleo, que começa a se reproduzir, dando origem às células-tronco.

Terapêutica x reprodutiva
Existe uma grande diferença entre a clonagem terapêutica e a clonagem reprodutiva. A técnica é a mesma, mas os objetivos divergem. A primeira,como já se viu, tem como finalidade produzir células-tronco idênticas às do embrião de origem, que poderão ser utilizadas nos tratamentos de diversas doenças. A segunda pretende criar um ser vivo idêntico ao doador do núcleo. Ou seja, criar novas vidas, clones, sem a necessidade da fecundação tradicional. Os cientistas são, em sua maioria, favoráveis à clonagem terapêutica, e contrários à clonagem reprodutiva.

Para traduzir todos esses conceitos e colocar o professor em contato com um dos assuntos mais importantes da atualidade, já que envolve ciência, saúde e ética, o SINPRO-SP conversou com a professora Mayana Zatz. Leia os principais trechos da entrevista feita em outubro do ano passado, quando o, então projeto de lei, havia sido aprovado pelo Senado Federal.

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Terapêutica X reprodutiva
Entrevista com Mayana Zatz, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano


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