A realidade é que, apesar da efervescência de idéias e discussões, ainda são poucas as metas alcançadas. Dados da UNICEF deste ano apresentados por Emilia Cipriano apontam a “educação infantil aqui como um problema do tamanho do Brasil”, dada a baixa qualidade de ensino e exclusão educacional. O atendimento é feito, muitas vezes, em estabelecimentos sem regulamentação, sem profissionais devidamente qualificados. “Só para se ter uma idéia, um rápido levantamento feito no bairro de Campo Limpo, na cidade de São Paulo, detectou 900 escolinhas de educação infantil sem qualquer tipo de acompanhamento”, disse a educadora. Apenas 4,2% das crianças entre 1 e 3 anos têm acesso a creches e apenas 37% das crianças entre 4 e 6 anos freqüentam a pré-escola. Esses números apresentam, portanto, um grande contraste com o compromisso legal assumido. O Plano Nacional de Educação determina a ampliação da oferta de educação infantil, até 2005, em 30% da população de até 3 anos e 50% da população de 4 a 6 anos.
É preciso investimento no setor para tirar as idéias do papel. Mas a educação infantil demanda um investimento alto, maior que os outros segmentos, destacou Emília. E a verba destinada não tem correspondência com a necessidade. “O fato é que não há importância de área sem investimento”.