Como se vê, a eleição na capital paulista não é importante só porque esta é a maior economia e a maior cidade do Brasil, mas porque aqui reside o início das disputas estaduais e nacional de 2006. E, vale reforçar, as peças já começam a se mover e, de novo, parecem apontar para mais um embate entre tucanos e petistas. Com índice de aprovação, em São Paulo, no mês de outubro, de 37% de ótimo e bom e 39% de regular (Ibope), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem tudo para disputar a reeleição. O quadro atual aponta o governador de São Paulo, Geraldo Alckmim, do PSDB, como seu provável grande adversário. O tucano teve, também em outubro e sempre de acordo com números do Ibope, índice de aprovação 55% de ótimo e bom e 30% de regular. Deixa 2004 cacifado pelo fato de ter ajudado a eleger o primeiro prefeito peessedebista da história da cidade de São Paulo.

Segundo o professor da PUC-SP, o PFL não teria um líder natural para lançar como candidato à presidência em 2006, além de assumir “a tradição de ser um partido carrapato, que gruda num outro melhor posicionado. Já o PMDB deve continuar rachado, parte apoiando, parte se opondo ao governo Lula”. Então, novamente, as forças mais importantes e organizadas parecem mesmo ser PT e PSDB. O curioso nesse jogo é que, se olharmos de perto, os dois partidos são muitas vezes bastante parecidos. Embora um seja mais adepto da globalização e outro mais arraigado ao nacionalismo, ambos trilham as mesmas teses econômicas, por exemplo. Daí porque essa eleição e a próxima serão estratégicas para definir posições mais claras. “Partidos que até poderiam se unir, se aliar, na prática tornaram-se opositores e disputam palmo a palmo a hegemonia no jogo político brasileiro”, conclui Fonseca.