Por Elisa Marconi e Francisco Bicudo
De acordo com o dicionário Houaiss, nano é um prefixo de origem grega (nánnos) e que significa “de excessiva pequenez”. Assim, cientificamente, nano também pode ser entendido como a medida equivalente a um multiplicador 10-9, ou seja, o milésimo do milionésimo (na nomenclatura tradicional brasileira, o chamado bilionésimo) da unidade indicada. Por exemplo: se estivermos falando de um nanograma, significa que estamos dando conta de uma unidade que representa um milésimo milionésimo do grama. Portanto, nessa escala, a matéria é infinitamente pequena, invisível a olho nu e até mesmo nos microscópios óticos, menos potentes. É o fascinante mundo dos átomos e das moléculas.
A nanotecnologia é justamente a área da ciência que vem cuidando desse universo microscópico e experimentando suas infinitas aplicações. E não são poucas. De cosméticos a medicamentos, passando por máquinas e armazenamento de dados, tudo pode ser potencializado com a aplicação do conhecimento nanico. “A melhor imagem para entender as potencialidades da nanotecnologia é bem cara aos brasileiros”, explica o professor do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ/USP), Henrique Toma. Ele completa: “Imagine fazer café usando o grão inteiro. Você usaria um saco do grão para fazer uma xícara, e o café ainda sairia fraco. Já com o café em pó fica mais fácil. Uma colher de sopa faz uma xícara. Agora, se o café estiver moído em dimensões nanométricas, aí, com uma pitada dá para fazer café para a família toda!”. O exemplo certamente torna a situação um pouco mais clara. Mas, afinal, o que é essa tal nanotecnologia que promete tanto? Por que atualmente essa é uma das áreas que mais recebe atenções e investimentos financeiros?