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Acordo de Oslo

O ano de 1993 é um marco na história das negociações pela paz e pela divisão da Palestina. Naquele ano, foi assinado, nos Estados Unidos, sob os olhares atentos do então presidente Bill Clinton, o Acordo de Oslo, basicamente composto pelas propostas de Israel para a população palestina. Em linhas gerais, ele garantia a autonomia sobre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia para a Autoridade Palestina, embora o Estado palestino não fosse oficialmente reconhecido – seria uma discussão a ser travada em uma etapa futura. A iniciativa não resolvia definitivamente a questão, e a região permanecia envolta em violência, ataques terroristas e radicalismos de parte a parte. Mas é fato que o histórico aperto de mãos entre Arafat e Itzhak Rabin, então primeiro-ministro de Israel, representou uma luz no fim do túnel, e o final da década de 90, até o ano 2000, foi um período marcado por uma suave esperança de que a paz seria alcançada, segundo o professor Olic.

Os avanços nas negociações, contudo, que já haviam sido abalados pelo assassinato de Rabin, em 1995, por um fanático fundamentalista israelense, sofrem um novo revés em setembro de 2000. Indignados com a visita de Ariel Sharon, naquele momento líder do Likud (partido conservador), à Esplanada das Mesquitas, os palestinos iniciam uma nova intifada – a resistência com pedras e paus, liderada principalmente por jovens, que já havia sido a marca da luta palestina nos anos 80. “Ali, a briga se acirra, e todo o processo de conversações, que vinha caminhando bem, vai por água abaixo”, conta Nelson Bacic Olic. “Foi, sem dúvida, o radicalismo religioso – que sempre foi forte na área – o estopim da nova onda de violência”, completa Gunther Rudzit. A situação, então, se agrava de tal maneira que a direita mais conservadora assume o governo de Israel – Sharon é eleito primeiro-ministro em 2001. Atualmente, a oferta feita por Israel, segundo Bacic Olic, é “toda a faixa de Gaza, sem os colonos judeus, e apenas 40% da Cisjordânia, e ainda assim toda cortada em pedacinhos, e cercada por um muro de 700 quilômetros”. Ou seja, situação bem desfavorável para os palestinos.

O acirramento dos conflitos e o abandono das negociações, além da ascensão de um governo de extrema direita em Israel e não muito afeito a acordos, teria ainda um segundo motivo: a perda do prestígio da Autoridade Palestina diante de sua população, como sugere Rudzit. O descontentamento da população palestina se deveria, sobretudo, à inoperância de Arafat e de outras autoridades e às suspeitas de corrupção. Rudzit questiona: “Diante de toda a miséria e desestrutura social da Palestina, se destacam as mansões dos assessores diretos de Arafat. De onde vinha esse dinheiro?”. É nesse contexto que as organizações que defendem a luta armada ganham espaço, influência e poder. Mais do que promover atentados com homens-bomba, o Hammas, por exemplo, construiu e mantém escolas, hospitais e agências bancárias nos campos de refugiados palestinos, o que caracteriza um governo paralelo – e, de certa forma, substitui o Estado ainda inexistente.

Contudo, nem o desgaste da Autoridade Palestina fez diminuir a devoção a Yasser Arafat – o povo parece ter aprendido a separar a figura do líder da instituição de governo. As imagens da chegada de seu caixão a Ramalah, na Cisjordânia, que foram mostradas pela televisão provam bem isso. A multidão cercava o helicóptero, e o trajeto curto até o memorial onde o corpo seria enterrado demorou horas. As milhares de pessoas queriam, pela última vez, aclamar Arafat. Demonstração repetida ao longo de toda a vida do líder.

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