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Sala de aula

Bem, e como tudo isso chega às salas de aula?
No ensino fundamental, nas aulas de ciências. Os alunos estudam terra, água, solo, rochas e daí passam para a origem da vida na Terra e vão estudar os seres vivos.

E os dinossauros?
Os dinossauros são, ou poderiam ser, o grande chamariz da ciência. A partir deles, de seu estudo, os estudantes poderiam chegar a noções científicas importantes. Porque o dinossauro deixou, e já faz muito tempo, de ser um bicho do passado para se transformar num personagem de ficção científica. Lembre de todos os livros e filmes que falam de dinossauros, seja como mocinho, seja como vilão. Todo mundo sabe o que é um dinossauro e todo mundo tem a maior curiosidade em relação a eles. As crianças vêm de uma tradição de Cuca, de Bicho-Papão, que, em determinada idade, pode migrar para os dinossauros. Se o professor souber captar essa percepção, pode, ao ensinar sobre os dinossauros, abrir muitas portas para o conhecimento científico dos alunos. E, se para as crianças existe o Barney (um dinossauro roxo, amigo e “professor” das crianças que freqüentam um parque - programa exibido diariamente pelo canal a cabo Discovery Kids), para os adultos é instigante um Tiranossauro Rex, ou um Velociraptor querendo devorar gente em Jurassic Park. Pode parecer estranho, mas esse personagem tem uma função de difusão do conhecimento.

E os professores têm noção desse valor e da riqueza que temos no subsolo?
Não. Nenhuma, ou muito pouca. O problema é que o ensino é fixo, os conteúdos são fixos, a grade é fixa. Então as descobertas e os valores não têm espaço no ensino.

Nem nos municípios ricos em fósseis, as pessoas não sabem disso?
Não sabem nada. O que é ruim para a preservação e péssimo para a difusão do conhecimento. Às vezes, em municípios importantes para a paleontologia, porque são sítios arqueológicos, as pessoas vivem lá a vida inteira e jamais têm idéia da riqueza do local. E as escolas, os meios de comunicação locais não informam. O sistema educacional brasileiro não aproveita as riquezas locais. O problema verdadeiro é que somos positivistas até hoje. Auguste Comte (filósofo e sociólogo fundador do Positivismo) colocou na lista das disciplinas de educação: física, química e biologia. Esqueceu de colocar Ciências da Terra. Como ele não colocou, o Ministério da Educação (MEC) também não colocou, e até hoje as ciências da terra não têm espaço na escola. Se o lugar é rico em água, isso deveria constar na educação das pessoas daquele lugar; se tem fósseis, ou se é a terra natal de Tancredo Neves, também.

E para mudar essa situação, professor?
É simples. Além da necessidade de a imprensa apresentar os valores do Brasil, bastaria os professores ficarem atentos às demandas dos alunos. Afinal, quem não adora saber mais sobre dinossauros imensos, devoradores de plantas, que foram extintos em situação nebulosa ainda e que, quem sabe, podem estar enterrados exatamente debaixo de nossos pés?

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