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Um problema chamado crime organizado

Por Francisco Bicudo

Há especialistas que dizem que vivemos um cenário explosivo de guerra civil, semelhante ao enfrentado pela Colômbia, com a violência tornando-se rotina banal e espalhando-se pelas ruas, e com a rede de relações sociais e o Estado de Direito cada vez mais afrontados e desafiados pelos criminosos; para outros, o momento é de fato preocupante, mas a crise teria características distintas da enfrentada pelo país andino, e o Rio de Janeiro estaria longe de ser a cidade de Cali.

Não faltam vozes que se levantam para afirmar que os poderes públicos não encaram a questão com a devida firmeza e importância; do outro lado da corda, critica-se a excessiva atenção e a superdimensionada visibilidade dada ao tema, garantindo-se que o crime organizado não seria tão organizado assim. Apesar de restarem ainda muitas dúvidas e lacunas sobre possíveis ações articuladas entre grupos e organizações do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Espírito Santo, três focos referenciais desse tipo de criminalidade, investigações têm mostrado que essa relação pode ser muito mais próxima e estreita do que se imaginava.

A profusão e diversidade de reflexões e a pluralidade de visões e idéias sobre o mesmo assunto são saudáveis manifestações de um debate democrático e fundamental, que precisa, urgentemente, ser aprofundado, até para que seja capaz de originar propostas e políticas públicas concretas, que possam ser viabilizadas a curto, médio e longo prazo.

Apesar das divergências, há um consenso: o crime organizado deve ser enfrentado e combatido de maneira firme, inteligente e organizada. Feita essa afirmação, todo cuidado é pouco: o debate não deve descambar para o emocional e o “resolva-se a qualquer custo”. Uma sociedade que, majoritariamente, dá mostras claras de repúdio à guerra que acontece no Iraque não pode permitir que a mesma lógica da violência estatal e institucional e do “vale tudo, do olho por olho, dente por dente” se instale no próprio país. O combate ao Comando Vermelho (CV), ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e aos policiais corruptos e aos grupos de extermínio do Espírito Santo, apenas para citar alguns exemplos, deve ser constante e sem tréguas. Mas não pode, qualquer que seja a circunstância, ultrapassar os limites e mecanismos estabelecidos pelo Estado democrático de Direito.

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