O que os dois pesquisadores talvez não pudessem imaginar é que, ao chegar ao século XXI, a humanidade ainda se veria obrigada a conviver com o vergonhoso fato de que 1,2 bilhão de pessoas tenham de viver (seria essa a palavra correta?) com menos de 1 dólar por dia. Estima-se que os países subdesenvolvidos e em desenvolvimento abriguem 4,4 bilhões de pessoas – destas, 60% não têm saneamento básico, 30% não dispõem de água potável, 20% não vão à escola e 20% não têm acesso aos serviços de saúde. Os avanços científicos e tecnológicos, inegáveis, são praticamente anulados pela situação de marginalidade e de exclusão social, hoje certamente as maiores responsáveis pelos problemas de saúde e pelas pandemias que insistem em assustar o planeta. “As doenças não respeitam fronteiras. Os países, ricos ou pobres, têm de se unir, agindo de maneira global e articulada”, afirma o professor Francisco. Ele mesmo completa: “Não adianta erguer muros. É preciso distribuir riquezas e promover a inclusão e a justiça social global”.
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“Scientific American”, que está nas bancas.