Por Francisco Bicudo
Em idos tempos, o 1º de maio – Dia Internacional do Trabalhador – já foi marcado pelas grandes manifestações de rua, comícios e concentrações populares, nos quatro cantos do planeta. Com a chegada dos ventos neoliberais e sua consolidação como projeto hegemônico, as mobilizações foram aos poucos se dispersando, e, hoje, é preciso admitir, é difícil imaginar que uma multidão seja capaz de se deslocar e se reunir em algum ponto referencial da cidade de São Paulo ou de outros locais do país para não permitir que a data passe em brancas nuvens.
A própria CUT (Central Única dos Trabalhadores), maior central sindical do país, decidiu não apostar as fichas em um único ato e programou para a capital paulista uma série de atividades descentralizadas, nos diversos bairros e regiões – dentre eles Cachoeirinha (zona norte), Grajaú, Campo Limpo e Cidade Ademar (zona sul) e São Miguel, Sapopemba e Itaquera (zona leste). Mas, se é verdade que as formas de luta e manifestação vêm ganhando outros contornos e características, é importante agregar valor a essas novas possibilidades, fazendo um esforço para que o próximo 1º de Maio não seja apenas um dia de descanso, mas principalmente de reflexões e debates em menor escala.