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Os palestinos sem Arafat

Especialistas em geopolítica analisam o futuro de uma das regiões mais conflituosas do mundo

Por Elisa Marconi e Francisco Bicudo

Depois de inúmeras especulações e desmentidos – algumas delas levantavam inclusive a possibilidade de envenenamento, imediatamente rechaçada pelos médicos franceses –, chegou ao fim, no dia 11 de novembro, com a morte do líder palestino Yasser Arafat, um período da história de israelenses e de palestinos que foi marcado por avanços e recuos, por confrontos e negociações, por mortes violentas e tentativas de estabelecer a paz. Personagem polêmico, capaz de despertar ódios e paixões, Arafat era visto como terrorista por seus adversários, e idolatrado por seus liderados, que tomaram as ruas da cidade de Ramalah durante o funeral – eram cerca de trinta mil pessoas gritando seu nome. Como ele mesmo fazia questão de ressaltar, carregava, em uma das mãos, um ramo de oliveira que simbolizava a paz; na outra, tinha sempre uma arma.

O fim de sua administração à frente da Autoridade Palestina abriu espaço para discussões a respeito do futuro do Oriente Médio e, principalmente, do Estado palestino, criado em 1947 pela Organização das Nações Unidas. Foi naquele ano, sob pressão do movimento sionista e de grandes potências como a Inglaterra, que a ONU decidiu pela divisão da região da Palestina – que havia feito parte do Império Turco Otomano até 1918 – em dois Estados: o de Israel (53% do território) e o da Palestina (47% da área). A “solução” foi rechaçada pelos árabes, e serviu para acirrar os conflitos, fazendo com que israelenses e palestinos vivam em constante disputa pelo comando da terra, e despertando um ódio que atualmente é a marca da relação entre os dois povos.

“Certamente o conflito seria menor e menos dramático se a resolução da ONU tivesse sido cumprida, ou seja: 53% do território para Israel e 47% para a Palestina”, acredita o pesquisador do Núcleo de Políticas e Estratégias (NAIPPE) da Universidade de São Paulo (USP), Gunther Rudizit. Mas o que acontece é que, já em 1948, Israel proclama a criação de seu Estado. Contrários à proposta apresentada, os palestinos declaram guerra, mas são derrotados e vêem seus territórios, basicamente a faixa de Gaza e a Cisjordânia, serem imediatamente anexados pelo Egito e pela Jordânia, respectivamente. Além disso, Israel consegue ampliar seus domínios para quase 75% do território. Portanto, o Estado palestino jamais saiu do papel e, desde maio de 1948, os palestinos – também habitantes originais da região – vêm brigando para que a resolução da ONU seja cumprida, além de reivindicar algumas outras conquistas e ampliações e o redesenho do mapa da região.

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