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Tabu para história brasileira

Primeira experiência do gênero a abordar o tema, “Conspiração” terá cerca de 90 minutos de duração e traz em seu elenco atores como Françoise Forton, Danto Mello e Norton Nascimento.

“Com certeza, vai provocar muita polêmica. A guerrilha do Araguaia ainda é um tema tabu para a história brasileira e é justamente isso que pretendemos combater. Vamos falar de utopias possíveis, de outros valores e princípios, que hoje parecem esquecidos, o que certamente irá gerar um certo mal-estar em alguns setores”, afirma Duque.

Ele costuma definir o projeto como um filme de ficção com argumento documental. A história será resgatada e contada por meio da figura fictícia do Padre Chico – personagem central da trama. Dominicano francês, ele desembarca no Araguaia antes do golpe militar de 1964, onde começa a desenvolver o trabalho pastoral. A situação muda com a chegada dos guerrilheiros. A aproximação dos jovens com o religioso é natural, já que ambos procuravam desenvolver projetos sociais e comunitários. Quando o Exército inicia a perseguição e repressão aos militantes comunistas, Padre Chico enfrenta grandes dúvidas existenciais e dilemas éticos, questionando-se sempre sobre suas tarefas e responsabilidades diante do conflito armado. “Na verdade, ele sempre se coloca ao lado do povo dele. E é a partir das cartas que troca com a irmã, que mora em Paris, que nós contamos a história”, revela o cineasta. A fórmula encontrada, explica ele, permite fugir dos maniqueísmos e das versões oficiais, tanto do lado do Exército quanto do Partido Comunista.

O roteiro do filme começou a ganhar contornos mais definidos há cerca de cinco anos e já conquistou três prêmios: o do I Concurso de Roteiros do Pólo de Cinema e Vídeo de Brasília; o Prêmio de Desenvolvimento de Projetos, oferecido pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão de fomento do governo federal, e pelo Ministério da Cultura; e também o Prêmio Mais Cinema, patrocinado pelo Ministério, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Banco do Brasil.

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