A idéia de produzir o longa, conta, surgiu ainda no final dos anos 70, quando ele esteve em Belém para montar uma estação de televisão. Depois de uma grande enchente, já que as chuvas são comuns na região, foi morar com outros desabrigados em um campo de futebol. Durante as noites, o bate-papo era o principal passatempo. As conversas noturnas falavam sobre guerrilheiros e operações militares, sobre parentes e amigos torturados e desaparecidos. Duque confessa: até aquele momento, o assunto lhe era um ilustre desconhecido e ele não fazia a menor idéia de que tinha existido no Brasil um movimento de oposição armada à ditadura chamado guerrilha do Araguaia. O que será que havia acontecido por aqueles lados? A pergunta ficou martelando na cabeça dele até 1979, quando as primeiras matérias sobre a guerrilha começaram a ser publicadas por grandes jornais e revistas.
Em 1984, ele voltou à região, já com o firme propósito de recolher material para a produção de um documentário. Sem recursos e envolvido em outros projetos, amadureceu a idéia até 1996, quando, graças a um intenso trabalho de pesquisa, já tinha o roteiro quase pronto. Com os prêmios conquistados, conseguiu obter a verba necessária para dar início ao filme. O orçamento total de “Conspiração” é de 2,5 milhões de reais – cerca de 45% desse montante já foi captado pela equipe.
“Costumo dizer que trabalhamos com um roteiro vivo, dinâmico, que está sempre sendo atualizado e incorporando as informações que chegam, sem que sua estrutura básica seja alterada”, afirma.