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Pela continuidade da boa safra

Por Francisco Bicudo

Os tempos já não são mais apenas de retomada – mas de fartura e de uma grande quantidade de lançamentos nacionais chegando quase que semanalmente às salas de cinema. Quem abrisse os cadernos de cultura dos principais jornais neste mês de agosto, ou pelo menos até a metade dele, poderia escolher entre “Amarelo Manga”, “Carandiru”, “Desmundo”, “Didi, o Cupido Trapalhão”, “O Homem do Ano”, “O Homem que Copiava” e “Paulinho da Viola – Meu Tempo é Hoje”. Isso sem falar em outras produções recentes, como “Madame Satã”, “Cidade de Deus”, “O Invasor” e “Bellini e a Esfinge”, apenas para acrescentar mais alguns representantes à extensa lista de filmes brasileiros exibidos nos últimos anos.

A euforia, no entanto, pode se transformar em mais um período de estiagem, caso novos investimentos na área não comecem a ser feitos desde já. Para continuar a colher safra tão diversificada, em grande quantidade e com boa qualidade, o país não pode deixar de se preocupar em preparar e arar o terreno. A continuidade do ciclo virtuoso iniciado com a chamada “retomada” do cinema nacional – vivida a partir de 1994 – depende da compreensão desse cenário. Se o aporte de recursos e os financiamentos estatais e privados não forem incrementados, quem abrir os jornais daqui a três ou quatro anos correrá o risco de se deparar com listas bem menores – e poucas opções de filmes brasileiros.

“Os longas que estão chegando agora ao público tiveram sua fase de captação de verbas há dois ou três anos. Nesse momento, apesar do intenso trabalho dos Sindicatos, associações de classe e dos produtores e diretores, o mercado está quase parado. Falta dinheiro para produzir e filmar. Apesar de todo o entusiasmo dos espectadores e da imprensa, corremos o risco de um novo hiato e grande vácuo, que podem se manifestar no curto prazo”, alerta o cineasta Rodolfo Nanni. Ele fala com a legitimidade de quem faz parte da história do cinema nacional. Nanni é o diretor do filme “O Saci”, que, inspirado na obra do escritor Monteiro Lobato e lançado em 1953, representa um dos primeiros passos do consagrado Cinema Novo brasileiro. Nele trabalharam, como assistentes, Nelson Pereira dos Santos e Alex Viany. A importância da obra é tão grande que, no dia 23 de agosto, às 15h, como parte das atividades ligadas à reabertura do Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo, “O Saci”, que está comemorando seu cinqüentenário, será exibido ao público; simultaneamente, será aberta uma exposição de fotos que resgatam a época das filmagens.

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