envie por email 

Rótulos e esteriótipos

A criação dos rótulos e estereótipos não dificulta ainda mais a compreensão do que realmente está acontecendo naquela região?
Dizer que o soldado israelense é um monstro e os kamikases palestinos são fanáticos não ajuda e não enriquece o debate, não aponta possibilidades, nem saídas.Suspeito que muito dessa desumanidade venha da “postura” fundamentalista. O fundamentalismo israelense vê a população palestina como intrusa, sonha com a Grande Israel – “assinalada na Bíblia” - e justifica essa barbárie contra os palestinos dessa forma. Fazendo uma especulação, talvez grosseira, acredito que o soldado israelense assassinou essa senhora inocente porque sua consciência de homem de guerra não consegue ver o outro, o diferente, como ser humano. Sharon, primeiro-ministro de Israel, é o símbolo maior desse pensamento. Sharon, com todo apoio dos Estados Unidos, patrocina um terrorismo de Estado que precisa ser denunciado e combatido. A mídia tem um papel muito importante nesta história. Deveria estar dizendo ao mundo as coisas que estão acontecendo, sem tanto preconceito, sem tanto estereótipo. Mas o problema é que a mídia, de uma maneira geral, absorveu o discurso fundamentalista. E essa é outra tragédia. Além disso, muita gente usa o anti-semitismo como arma para que não se faça críticas a Israel. O problema é que ser contra o governo terrorista de Israel não tem nada a ver com anti-semitismo. O assassinato da senhora palestina não apareceu em nenhum grande jornal do ocidente. Por quê? Porque a vida de um palestino, para grande parte dos profissionais da mídia, vale muito menos que a vida de um israelense.

Na sua opinião, a atitude e as políticas do governo de Israel podem ser comparadas ao extermínio promovido pelos nazistas? Os campos de refugiados são como campos de concentração?
O documentarista João Moreira Salles escreveu um belíssimo texto, chamado “Duas Tragédias”. O texto foi publicado num dos melhores sites brasileiros, o Notícia e Opinião”, que acabou, morreu, por problemas com os investidores (êta Brasil!). Isso era outra coisa que a Faculdade de jornalismo, as escolas, deveriam discutir: a censura econômica em que vivemos. Antes, na época dos soldados de chumbo, vivíamos uma ditadura ideológica; agora se vive uma ditadura mercadológica. Caíram os generais, mas o poder ficou nas mesmas mãos. Bom, retomando: nesse texto, Moreira Salles cita Alberto Manguel, com quem compartilho algumas idéias. Abre aspas: “Ele (Manguel) ensina que cada tragédia é seu próprio paradigma. Qualquer instância do mal – o Holocausto, a tortura, o estupro – só é equivalente a si mesma e existe apenas em seus próprios termos. Seria um profundo desrespeito afirmar que um horror específico equivale a qualquer outro. Em outras palavras, não é permitido comparar pesadelos”.

Leia também
A testemunha de uma triste realidade
A sociedade israelense
O povo palestino
Organizações internacionais


ver todas as anteriores
| 03.02.12
De onde viemos

| 11.11.11
As violências na escola

| 18.10.11
Mini-Web

| 30.09.11
Outras Brasílias

 

Atualize seus dados no SinproSP
Logo Twitter Logo SoundCloud Logo YouTube Logo Facebook
Plano de saúde para professores
Cadastre-se e fique por dentro de tudo o que acontece no SINPRO-SP.
 
Sindicato dos Professores de São Paulo
Rua Borges Lagoa, 208, Vila Clementino, São Paulo, SP – CEP 04038-000
Tel.: (11) 5080-5988 - Fax: (11) 5080-5985
Websindical - Sistema de recolhimentos