O crescimento acelerado e desordenado da metrópole, que ocupa cada metro quadrado vazio, somado ao fato de que São Paulo, em grande parte, se localiza em áreas de mananciais e de proteção ambiental, não permite pensar na criação de novos aterros. Uma alternativa seria adaptar soluções como a idealizada pela cidade canadense de Vancouver, que deposita o lixo em aterros localizados a 400 quilômetros de distância de seus moradores, em municípios vizinhos. Novo problema: o custo da empreitada e das viagens e a necessidade de obter autorização das cidades próximas, que receberiam o visitante não desejado. “O lixo é o grande rejeitado da vida moderna”, diz Marco Antônio Fialho, assessor técnico da Secretaria de Serviços e Obras da Prefeitura de São Paulo e coordenador do Plano Diretor de Resíduos Sólidos do Município. Restaria ao poder público criar formas para reduzir a quantidade de lixo que chega aos aterros. Como? “Reduzindo o consumo e incentivando a coleta seletiva e a prática da reciclagem”, responde Fialho.
Ele sabe, no entanto, que estamos diante de um novo problema e de um desafio que não é simples – há ainda um longo e tortuoso caminho a percorrer, vencendo resistências e práticas arraigadas. Apenas 4 toneladas (0,03% do total) do lixo coletado em São Paulo são recolhidas de forma seletiva.