Embora diga que é uma proposta “interessante”, Campos acha que a maneira como a discussão da taxa do lixo foi colocada – de sopetão, sem preparação ou debate público, e num momento político delicado, com aumento do desemprego e das incertezas econômicas – acabou prejudicando a compreensão mais detalhada do significado da medida. “Pelo menos a população despertou para a questão”, diz.
Os três especialistas são unânimes em admitir que o problema não será solucionado de uma hora para outra, mas apenas no longo prazo. Consoni lembra que, no Japão, que na década de 50 vivia situação semelhante à enfrentada por São Paulo, foram gastos mais de trinta anos para que se pudesse chegar ao nível ideal – que ele classifica como sensacional – de tratamento do lixo e limpeza pública. Hoje, o país é referência no assunto. Para o pesquisador do IPT, sem essa perspectiva, as ações se tornam esporádicas, sujeitas a altos e baixos. “É preciso paciência e persistência. O lixo não irá sumir num passe de mágica”, decreta Fialho.