Mais do que necessárias, as ações são ainda pontuais e pouco articuladas. “Todas as iniciativas são válidas e devem ser elogiadas”, ressalta Thiago Moreira Campos, coordenador de gestão socioambiental do Instituto Reciclem Milhões de Vidas. “Mas seria preciso fazer do lixo uma efetiva prioridade de política pública”, completa.

Criada há quase três anos, a ONG da qual ele faz parte é uma das que têm procurado estimular a coleta seletiva e a reciclagem. O trabalho começou modesto, com uma parceria com o corpo de bombeiros, que transformou algumas unidades da corporação em postos de coleta para atender a população. Atualmente, a possibilidade já foi ampliada para diversos outros setores – clubes, condomínios, supermercados, restaurantes, hotéis e escolas.

A idéia é simples – mas eficaz. “Quando encontra as portas abertas, a população responde de forma muito rápida”, garante Campos. Nos postos de entrega voluntárias, foram colocados os recipientes para receber, separadamente, papel, metal, plástico e vidro. A empresa Vega, parceira do projeto, faz a coleta e, sem seu centro de triagem, termina de separar o material, que é em seguida vendido para empresas que trabalham com produtos reciclados.

Em 1998, o Instituto (que ainda não existia como tal, articulando-se apenas como um projeto) conseguiu coletar 26 mil quilos de lixo; em 1999, esse número subiu para 387, saltando para 447 mil em 2000 (quando a ONG foi criada), até chegar aos 1,619 mil quilos no ano passado.